Por iniciativa da vereadora Olívia Santana (PCdoB), a Câmara Municipal realizou no auditório do Bahia Center, audiência pública para debater a gestão cultural de Salvador.
Olívia Santana destacou as dificuldades que os movimentos culturais enfrentam e propôs a realização de ações mais amplas para a cultura na cidade.
"O nosso objetivo é pensar a cultura de maneira estrutural. Temos que pensar em projetos que dêem conta da demanda de investimentos que ainda existe no cinema, no teatro e na dança."
A assessora-chefe da Fundação Gregório de Matos, Gildete Ferreira, apresentou ações que devem ser priorizadas pelo plano de governo da gestão municipal em 2011. "Como prioridades para o ano que vem nós temos a criação, recuperação e preservação de sítios históricos (fontes e monumentos) e centros culturais como a Casa Benim, o Museu da Cidade e o Centro Cultural da Barroquinha. Além desses, queremos também o incentivo para as atividades cívicas, religiosas, artísticas e culturais".
CONSELHO
Para o presidente do Sindicato dos Artistas, Fernando Marinho, é preciso criar, com urgência, a comissão do Conselho Municipal de Cultura. "O Conselho tem uma representatividade muito grande. Representantes de diversos segmentos como teatro, capoeira, dança e cinema participam e fortalecem a pressão sobre os órgão públicos. Vale alertar ainda que o benefício do Fundo Municipal de Cultura depende do retorno das atividades do Conselho".
O diretor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Roaleno Costa, cobrou a participação do poder Executivo na audiência. "O prefeito não se dispõe a pensar sobre a cultura. Não se preocupa nem em mandar um dos seus secretários para participar desse debate. É preciso que a Prefeitura nos mostre em que área da cultura eles estão investindo o dinheiro público".
O cantor e compositor Tonho Matéria disse que é preciso resgatar e dar mais atenção aos grupos culturais que existem nos bairros periféricos. "Sempre se discute a criação de políticas culturais para os grandes centros de cultura de Salvador, mas se esquecem das comunidades que têm projetos de qualidade e, por falta de apoio, não conseguem colocá-los em prática".
Também fizeram parte da mesa do evento a presidente do Conselho Estadual de Cultura, Lia Robatto; o representante da Secretaria Estadual de Cultura, Glauber Santana; o diretor do Instituto de Radiodifusão da Bahia (IRDEB), Pola Ribeiro e a diretora da Fundação Gregório de Matos, Célia dos Humildes.