Wagner esteve nessa posição de estilingue, em 2006, e sabe o que isso representa. Desde 2007, quando assumiu o governo prometendo mudanças difundidas durante a campanha, passou a ser vidraça. É natural, portanto, que seja criticado. A hora, aliás, é esta, passados três anos e cinco meses do seu governo quando se tem uma idéia mais precisa do que realizou ou deixou a desejar. É aí que entra a oposição para avivar junto à opinião pública a qualidade de sua gestão.
Também têm valor as viagens que faz ao interior com freqüência. Disse em seu recente "Conversa com o Governador": "Toda semana eu continuo visitando muito o interior do estado. São muitas obras a serem entregues. Outras a serem anunciadas ou ordem de serviço a ser dada". Na semana passada esteve em Aramari, Wagner, Nova Fátima, Capela do Alto Alegre e Várzea da Roça entregando estradas recuperadas, veículos para PM e Unidades de Saúde.
A oposição destaca que, às vezes, são obras tão irrelevantes que sequer compensa o custo da viagem do governador. E, situações em duplicidade. Prefeitos que já tinham sido contemplados com ambulâncias e veículos da PM nas solenidades do Centro Administrativo, em Salvador, são novamente presenteados nas visitas de Wagner ao interior. O governo entende que toda obra é relevante, ainda que seja um poço artesiano ou uma ligação Água Para Todos num distrito. A galinha enche o papo é assim: de grão em grão.
Falta ao governo, segundo seus adversários, grandeza e visão de estado. O ex-ministro Geddel Vieira Lima, candidato do PMDB, diz que a Bahia perdeu a condição de protagonista no Nordeste, posto assumido pelo Ceará e Pernambuco. Isso tanto do ponto de vista político, como de empreendimentos, investimentos públicos e privados. O ex-governador Paulo Souto, candidato do DEM, tem posição assemelhada. Acha que a Bahia, mesmo nas questões básicas - saúde, segurança e educação - perdeu o bonde da história. E no cenário nacional se apagou.
Wagner não vê assim. Atua na organização de projetos estruturantes e de grande porte (Ferrovia Oeste/Leste; Ponte de Itaparica com remodelagem de áreas da capital e Recôncavo; requalificação dos portos e infra-estrutura; nova dinâmica no Complexo Petroquímico de Camaçari e outros) que demandam tempo e não são executados a curto e médio prazos. A eleição é em outubro próximo e essa é uma missão importante para os homens de marketing político repassarem e convencerem à opinião pública.
Hoje, a assessoria política de Wagner fica a desejar. É mais lenta do que as de Soutto, Geddel e Bassuma. Aliás, sequer existe. Também lhe falta uma "tropa de choque" para o embate. O PT se desgasta com disputas internas. Perde tempo. E o governador, está sozinho no front.