Política

PELOURINHO É VÍTIMA DE PRECONCEITO IDEOLÓGICO DO PT, DIZ CÉSAR BORGES

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| 11/05/2010 às 19:18
Concordando com os artigos e matérias publicadas pelo jornal O Globo, nos últimos dias, o senador César Borges (PR-BA) disse hoje (11), no Senado, que o Pelourinho é vítima de preconceito ideológico do PT baiano, porque está ligado ao legado do falecido senador Antonio Carlos Magalhães, o que explicaria o atual abandono. O senador disse também que, ao contrário de atingir Antonio Carlos Magalhães, o preconceito prejudica o turismo baiano e os empregos gerados no Pelourinho. "Por trás desse preconceito existe a incapacidade de levar segurança, de organizar a gestão do Estado. O preconceito funciona como mera desculpa", afirmou.

César Borges leu trechos da reportagem "Na briga política da Bahia, o Pelourinho é que sofre", publicada nesta terça, pelo O Globo, e artigo do compositor Caetano Veloso, publicado domingo, no mesmo jornal. Para o senador, "pinçar aqui e ali trechos do artigo de Caetano Veloso pode tirar suas idéias do contexto", mas afirmou que a reportagem do jornal O Globo foi fiel ao artigo do cantor, "que descreve a existência de um preconceito ideológico no Governo do PT na Bahia, o que impede um tratamento administrativo justo e digno para o patrimônio histórico mais importante do Brasil, que é o Pelourinho".

O senador lembrou que o Centro Histórico de Salvador foi revitalizado num processo iniciado em 1991, no governo de Antonio Carlos Magalhães, e continuou, por seis etapas, durante três governos, inclusive do próprio César Borges. Mas lembra que a obra não é mais de nenhum grupo político, mas da sociedade baiana, e que o dever dos governantes baianos é zelar pelo que foi feito, se não for possível ampliar a reforma. De acordo com César Borges, Caetano Veloso percebeu a contradição do governo baiano. "O atual Governo do PT precisaria se posicionar de forma clara, face ao legado de ACM", escreveu o compositor.

De acordo com César Borges, sem qualquer preconceito ideológico, o então embaixador de Cuba, Jorge Perez, o visitou no governo da Bahia para elogiar a reforma do Pelourinho e dizer que o modelo adotado na Bahia poderia inspirar a reforma do centro histórico da capital cubana, Havana, pela semelhança com Salvador. Entretanto, o modelo agora é combatido no atual governo do PT, que não quer apoiar o Pelourinho supostamente para não apoiar os empresários locais. Caetano Veloso escreveu, segundo leu César Borges, que "a explicação dada é que as facilitações oferecidas aos negociantes que ali se estabeleceram são artificiosas".

César Borges também leu reportagem publicada no jornal A Tarde na sexta-feira passada, com queixas do presidente do Grupo Pestana para a América Latina, Luigi Valle, pela falta de apoio do governo baiano aos investimentos no Pelourinho, prejudicando o Hotel Convento do Carmo, dirigido pelo grupo, que tem ocupação média inferior a outro hotel do mesmo grupo em Salvador. Para o senador, há uma nostalgia entre os baianos pelo Pelourinho. Ele leu depoimento de um artesão que abre a reportagem publicada pelo O Globo, lembrando que antes o Pelourinho ficava cheio de turistas, "e agora é só um vazio".