Política

O QUE PENSA O PRÉ-CANDIDATO DO PSOL AO GOVERNO, GEÓLOGO MARCOS MENDES

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| 10/05/2010 às 11:13
   "A candidatura ao Governo da Bahia nas eleições de 2010 deve colocar-se como alternativa de poder à elite dominante e ao governo continuista do PT, mantenedor de privilégios e do apartheid na Bahia".
 
  
Assim pensa o pré-candidatura Marcos Mendes, o qual, diz que representa um projeto coletivo capaz de dialogar com os movimentos sociais, "com os setores da sociedade baiana explorados pelo sistema capitalista, com recorte de gênero e étnico-racial, apontando um novo modelo de sociedade baseado nos ideais ecossocialistas".

  Segundo documento base do PSOL, "a sociedade baiana, em sua história recente, buscou protagonizar um momento de ruptura com o modelo de gestão carlista, que espelhava uma forma retrograda e aprofundada da época dos coronéis. O povo baiano imaginando ter se livrado daquele modelo vem sendo surpreendido pela repetição de um sem número de desmandos e falcatruas, onde um sem número de denúncias vêm se avolumando, como no caso da morte de sindicalistas em Porto Seguro, quando traficantes agiam livremente dentro do governo local".
 
  - Por todo o estado vêm sendo levados a cabo um infinidade de grandes obras que tem por fim exclusivo favorecer as empreiteiras e o financiamento de campanhas eleitorais. Isso só faz confirmar que o governo petista não representa uma forma de gestão diferente da anterior, pelo contrário, representa uma continuidade.

  - Paralelo a isso, a Bahia está inserida num contexto onde nossas trabalhadoras e nossos trabalhadores sofrem as mazelas diante de uma das piores crises da economia capitalista desde 1929 - crise estrutural, acentuada pelo padrão neoliberal de acumulação capitalista da era das desregulamentações, à qual se soma uma gravíssima crise ambiental diante da qual os primeiros atingidos são a população pobre e negra das periferias e as comunidades tradicionais.


  - Na Bahia há imensos desafios a serem enfrentados e nossa candidatura pretende apontar as incoerências de um modelo que aprofunda as desigualdades sociais e a crise ambiental, desenvolvendo um constante diálogo com os movimentos sociais, afirmando o compromisso com as demandas dos pobres e excluídos.


   - Após a definição da nossa candidatura, vamos construir um programa que represente um projeto para a Bahia que aglutine o PSOL e as forças da esquerda socialista. Esse programa precisa ser debatido nas bases do partido e dos movimentos sociais e deve ser anti-capitalista, ecossocialista, feminista, anti-homofóbico e anti-racista. Precisa estar fundamentado em medidas que radicalizem a democracia da gestão pública, que escancare as contas e licitações públicas, que paralisem as obras públicas que atinjam a coletividade, que estimule a participação coletiva na escolha de seu destino.


  - Deve-se fazer o enfrentamento das empreiteiras e imobiliárias que vem promovendo, na contramão mundial da luta pela preservação ambiental, o aprofundamento da crise ecológica em diversos pontos na Bahia, desde o Semi-Árido até o Extremo Sul. Realizaremos auditoria das obras em curso, a revisão dos contratos e licitações, bem como o estímulo à revisão dos Planos Diretores Urbanos, incluindo uma maior participação popular, em combate ao capital especulativo e predatório.


   Para 2010 aglutinar os movimentos sociais em torno de um novo modelo de civilização


     Em que pese o propalado arrefecimento das mobilizações populares diante da eleição do governo petista, muitos movimentos sociais resistem na luta, mas se encontram dispersos e isolados.

    O nosso programa deve pautar essa reaglutinação das forças populares e classistas em torno de um projeto que represente um ideal anticapitalista, sem dominação de raça, de gênero e sem dominação de classe.


    Na Bahia as forças políticas estão se preparando para demonstrar uma falsa polarização entre as candidaturas do PT e das oligarquias. Isso precisa ser fortemente denunciado, apontando as semelhanças e proximidades do governo atual e do governo anterior, pautado em práticas que buscam salvaguardar os lucros e manter o poder.


     A candidatura a governo pelo PV também deve ser pautada, pois não expressa uma ruptura com o projeto petista, já que estava na base do governo até os últimos instantes e tem uma visão de meio ambiente afinada com o PT, sendo responsável pela liberação de obras e políticas ambientais que hoje são as que mais atingem a população baiana, a exemplo: da Transposição do Rio São Francisco; liberação dos Transgênicos; Amazônia Sustentável; divisão do IBAMA; enfim uma perspectiva ambiental dentro do sistema capitalista.


    A população baiana merece ter
    acesso aos ideais socialistas.


  
Marcos Mendes nasceu na Liberdade, em Salvador. Filho de mãe solteira, humilde dona de casa, que lavava roupa para o sustento da família. Sempre estudou em escolas públicas a exemplo da Escola Professor Raimundo de Almeida Gouveia, em Castelo Branco, e no Instituto central de Educação Isaias Alves (ICEIA), no Barbalho, no ensino fundamental, ingressando na Escola Técnica Federal da Bahia (ETFBA), hoje Instituto Federal da Bahia (IFBA), onde concluiu o ensino médio e iniciou a sua militância política no movimento estudantil, coordenando o Centro Acadêmico (CA).


   É Geólogo formado pela UFBA, com especialização em Meio ambiente pelo Programa "Profissionais do Meio Ambiente" desenvolvido pelo CRA; Pós-Graduado em Gestão Pública Municipal e Governamental pela UNEB, cuja Monografia foi no tema "Orçamento Participativo"; é Mestre em Geologia Ambiental pela UFBA, cuja Dissertação demonstrou como otimizar o achado de águas subterrâneas na Bacia do Rio Salitre, no Semi-Árido baiano, mostrando como substituir as trocas de favores, através do assistencialismo dos carros pipas, que oprime e exclui a população trabalhadora e humilde da região, por um projeto de autonomia e liberdade com a conquista definitiva da água, bem mineral imprescindível à manutenção da vida.

    É Coordenador do Campo Étnico e Popular, agrupamento que milita nos movimentos sociais em defesa das questões étnico-raciais, do meio ambiente e na defesa das mulheres; Coordenador do Instituto Búzios, OSCIP cujo estatuto está focado nas lutas sociais, com ênfase na questão negra e de gênero, e nas lutas ambientais; é Presidente Estadual do PSOL na Bahia; membro da Comissão de Ética Nacional do PSOL; Economiário da Caixa Econômica Federal; Professor Substituto da UFBA, no Instituto de Geociências; membro da Assembléia Popular; membro do Movimento Pró-Resex de Iguape Contra o Pólo Naval; parceiro da Ação Ilhéus contra o Porto Sul; militante do ecossocialismo e tem lutado pela incorporação desta temática na agenda diária do país, fazendo da defesa do meio ambiente uma questão estratégica para a revolução internacional socialista.


    Suas principais contribuições para a luta pela consolidação do PSOL advêm de sua ampla experiência e vivência pelo interior da Bahia, inerente à sua formação de Geólogo Ambiental, e como um dos principais organizadores do partido, onde tem amplos contatos com os movimentos de luta contra o avanço do capital especulativo.


Síntese de algumas propostas a serem debatidas


Ø  Meio Ambiente - Combater o processo de devastação ambiental no Estado da Bahia com grandes empreendimentos como: o Porto Sul, em Ilhéus; Resort de Cajaíba, em São Francisco do Conde; Pólo Naval, em Enseada, distrito de Maragojipe; o avanço da Celulose dos eucaliptos, em detrimento da devastação da Mata Atlântica, no Extremo Sul, Litoral Norte e adjacências; Usina Nuclear, na região do São Francisco; Mineradora de urânio, em Caetité; Projeto Nova Cidade Baixa, na Península Itapagipana em Salvador; Ponte Salvador-Itaparica; Emissário Submarino, na Boca do Rio em Salvador; Impermeabilização do solo, através do agronegócio extensivo, com obstrução de áreas de recarga de um dos mais importantes aqüíferos do país, o Urucuia, em Barreiras, entre outros, financiado pelo Governo Federal, Governo do Estado e Governos Municipais, em parceria com as grandes Construtoras, a exemplo da OAS e Odebrecht, segregando as comunidades tradicionais e populações negras e pobres.


Ø  Democratização do Poder Estadual - Incentivo a criação de conselhos deliberativos de representantes dos segmentos organizados nos municípios (áreas de saúde, educação, transportes, meio ambiente, etc.) e categorias profissionais; participação popular na definição dos destinos do Estado, em cada município (de forma deliberativa e não meramente consultiva), sobre a administração e o orçamento;


Ø  Promoção da igualdade de raça e gênero - Adoção de medidas de ações afirmativas na administração e nas políticas públicas. Combate a todas as formas de discriminação e intolerância;


Ø  Programa de Saúde da Família - Política de prevenção de doenças; implementação integral do programa com visitas domiciliares e economia de gastos médico-hospitalares; combate ao sistema privado de saúde;


Ø  Educação de Qualidade - Garantia de aplicação do mínimo de 25% do orçamento na educação; plano de carreira e de cargos e salários decentes, além de programas permanentes de formação e reciclagem de professores; implementação em toda rede de ensino do estado da Lei 10.639 que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, fiscalizando rigorosamente sua aplicação; passe-livre para estudantes pobres de escolas públicas; educação focada na sistemática Paulo Freiriana, onde o aluno não é só um mero recebedor de informações e o professor um mero passador de informações, mas juntos atores na construção da vida em sociedade;


Ø  Segurança Pública - Adoção de políticas preventivas de interceptação das dinâmicas geradoras da violência como prioridade; programas de valorização social nas comunidades alvo; valorização dos profissionais de segurança com cursos de formação, com ênfase na história africana, e discussão de políticas de plano de carreira e cargos e salários.