O estado precário em que se encontra o sistema de saúde do município de Bom Jesus da Lapa, conhecido como a capital baiana da fé, vem condenando grande parte da população a uma peregrinação diferente. Em busca de atendimento médico, os lapenses chegam a percorrer mais de 200 km em direção ao município de Guanambi. Esse foi um dos problemas revelados ao presidente estadual do Democratas, Paulo Souto, durante o encontro de lideranças locais, na noite da última sexta-feira (07), no Carranca Social Club, em Bom Jesus da Lapa.
"Precisamos resolver urgentemente esse problema da saúde na nossa terra. O nosso povo está passando por situações terríveis. Nosso hospital não tem lençóis nem leitos. Se houvesse algum tipo de fiscalização, o hospital de Bom Jesus da Lapa já teria sido até fechado", denunciou o presidente do Democratas de Bom Jesus da Lapa, Getúlio Magalhães.
Para Ricardo de Sá Dourado, presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário do Município de Bom Jesus da Lapa (Adecolapa), a situação ficou ainda mais delicada quando o atual governador transferiu o direito de uso de uma ambulância da associação para a prefeitura. "Tínhamos uma ambulância que servia o povo da Lapa, mas, quando Jaques Wagner assumiu, resolveu entregá-la para a prefeitura. Infelizmente, a ambulância desapareceu", disse.
O pré-candidato ao governo da Bahia, Paulo Souto, criticou a falta de comprometimento do governador Jaques Wagner com a população de Bom Jesus da Lapa. "Um governo que não saber proteger a vida dos cidadãos, oferecendo um serviço de saúde condizente com as necessidades das pessoas, não cumpre o seu papel".
Souto lembrou ainda do município de Barreiras, cuja população sofria com carência semelhante, tendo que seguir até Brasília para ter acesso à saúde. "E quem não se recorda que, em Barreiras, a população tinha de ir para Brasília para ser socorrido. Mas, hoje, não. O hospital de Barreiras, construído por nós, recebe até gente do Piauí, de Tocantins, de Goiás e de tantos outros estados", declarou.
Além do hospital regional, o presidente da comissão provisória do PSDB de Bom Jesus da Lapa, Joselino Queiroz, reivindicou a construção do núcleo de desenvolvimento do agronegócio do Projeto Formoso, recuperação das estradas vicinais e a instalação da Universidade do Vale do São Francisco (UNIVALE).
A falta de segurança no município foi abordada com muito pesar pelo representante da Pastoral do Santuário de Bom Jesus da Lapa, o padre polonês, Adão Mazur. "A cidade sofre com assaltos freqüentes. A taxa de homicídio também tem aumentado muito. É inadmissível que essa cidade, destino turístico de mais de um milhão de pessoas por ano, não conte com um Batalhão da Polícia Militar. Nosso efetivo é de 70 homens, somente", reprovou.
Mazur ainda criticou a condição das estradas, principal via de acesso dos romeiros, solicitando medidas urgentes para recuperá-las. "Precisamos cuidar dos caminhos que ligam Bom Jesus ao resto do País. Recebemos peregrinos de pelo menos 17 estados brasileiros", ressaltou o religioso.
Paulo Souto considerou legítimas as solicitações apresentadas pelas lideranças de Bom Jesus da Lapa, dizendo que o município pede apenas a atenção digna de uma cidade que tem uma personalidade diferente, depositária das esperanças de grande parte da nossa população, de baianos e brasileiros, que a visitam para obter a bênção e renovar seus votos de fé.
O ex-governador esteve acompanhado dos deputados federais José Carlos Aleluia (DEM) e Jutahy Magalhães Jr. (PSDB), do líder do PSDB na Câmara Federal, João Almeida, do presidente estadual do PSDB, Antonio Imbassahy, e dos ex-prefeitos José Ronaldo e Nilo Coelho, de Feira de Santana e Guanambi, respectivamente.