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Depois de quase uma semana de negociações e entendimentos, o Movimento de
Trabalhadores Assentados Acampados e Quilombolas, (Ceta), resolveu
suspender o acampamento, levando na bagagem conquistas importantes, tanto
para os trabalhadores quanto para o governo, que deu passos importantes
para avançar na reforma agrária, principal reivindicação dos
trabalhadores. As rodadas de negociações foram comandadas pelos
secretários Eduardo Salles, da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, e
Cézar Lisboa, das Relações Institucionais. Nesta sexta-feira (7),
representantes do Ceta participaram de audiência no Incra com o Ministério
Público e a Ouvidoria Agrária Nacional para discutir questões relacionadas
a conflito agrário. No final da tarde anunciaram que à noite retornariam
aos seus acampamentos.
Uma semana antes da chegada do Ceta, cerca de 5 mil trabalhadores do MST
acamparam em volta da Seagri, para discutir suas reivindicações. Conforme
avaliou o secretário Eduardo Salles, foi mais uma semana de intenso
trabalho com o movimento social, que teve também suas reivindicações
atendidas na medida das possibilidades do governo.
Na avaliação do secretário da Agricultura, Eduardo Salles, o saldo das
negociações com os movimentos sociais é muito positivo. "Recebemos todos
eles, e discutimos uma a uma as pautas de reivindicações. Em nossos
encontros, prevaleceu uma relação sincera e franca. Fizemos tudo dentro do
limite possível. E mostramos, com transparência, o que pode ou não ser
feito", disse.
Para o secretário das Relações Institucionais, Cézar Lisboa, o governo do
Estado demonstrou, mais uma vez, atenção às questões de reforma agrária.
"Saímos das negociações com os acordos concretizados. E estamos abertos ao
diálogo, dispostos a recebê-los sempre que precisarem. É assim que age o
governo democrático", considerou.
Nas rodadas de negociações, que se configuraram como verdadeiras reuniões
de trabalho, foram debatidas questões relacionadas a três eixos: terra
(regularização fundiária), infraestrutura (saúde, educação, energia,
estradas, dentre outras) e produção (unidades agroindustriais).