O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Waldenor Pereira (PT), afirmou nesta tarde de terça-feira, 9, ao BJÁ, que os deputados do seu partido por decisão consensual não vão participar como integrantes da CPI do Metrô de Salvador. Isso não significa dizer que a CPI será sepultada ou nascerá capenga, até porque já foi anunciada pelo presidente Marcelo Nilo (PDT) e representantes da Comissão, regimentalmente, com ou sem PT, deverão ser indicados pelos líderes partidários até quinta-feira próxima, 11. 

  Argumenta Waldenor que, embora a Procuradoria Jurídica da Casa tenha dado parecer favorável à constitucionalidade da CPI na Assembleia diante da contrapartida do Governo do Estado no projeto, "caberia uma CEI na Câmara de Vereadores e não na ALBA", daí que os deputados do PT não assinaram o requerimento apresentado pelo deputado Elmar Nascimento, nem vão participar da CPI.

  Para o líder do PMDB na Casa, deputado Leur Lomanto Jr, os deputados do seu partido não assinaram o requerimento de Elmar porque também tinha dúvidas sobre a constitucionalidade do projeto. "Mas, já que a CPI vingou vamos indicar um membro do nosso partido e esperamos que tudo seja devidamente apurado para esclarecimento da população. "Esta CPI não nos preocupa, desde que não atrapalhe mais ainda o andamento das obras do Metrosal", comenta Leur.

  Já o autor do requerimento, deputado Elmar Nascimento, diz que essa preocupação expressa pelo prefeito João Henrique através do BJÁ e do líder do PMDB, de não atrapalhar ainda mais as obras não tem cabimento, "porque nós desejamos é que, com os esclarecimentos e as apurações dos possíveis desvios já detectados em auditorias do TCU, os fatos sejam esclarecidos, e as obras ganhem impulso para sua conclusão", afiança.

  PRÓXIMOS PASSOS

  Segundo Elmar, que advoga ser o presidente da CPI de acordo com a tradição da Casa (quem apresenta o requerimento é indicado presidente cabendo ao líder da maioria indicar o relator) é salutar que os líderes partidários se entendam e indiquem os representantes da CPI pois há muito trabalho pela frente.

  "Hoje, o que sabemos do superfaturamento e dos desvios de conduta do Metrosal são informações reveladas pela imprensa e nós queremos colher as informações oficiais, inicialmente junto ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União, inclusive porque já existe uma denúncia formulada envolvendo gente grande, com efeito suspensivo através de uma liminar interposta junto ao STJ", comenta o deputado.

  Ainda de acordo com Elmar, a Assembleia deve seguir os trâmites legais para tomar depoimentos de pessoas envolvidas no processo, obedecendo os foruns e as prerrogativas de cada caso.