"São denúncias falsas. O Vaccari assumiu a presidência (da Bancoop) depois dos problemas", disse o lider do governo na Câmara. Procurado pela reportagem, o promotor afirmou que as denúncias estão fundamentadas em documentos e têm caráter técnico.
O caso
O Ministério Público de São Paulo abriu procedimento para investigar uma denúncia de desvio de recursos da Bancoop para o caixa de campanhas eleitorais do PT. Em 2007, um levantamento do MP apontou que cerca de 3 mil famílias foram lesadas por um suposto esquema que teria desviado mais de R$ 100 milhões dos cofres da cooperativa. A quantia deveria ter sido aplicada na construção de imóveis nunca concluídos.
De acordo com a edição desta semana da Veja, que teve acesso a quebra de sigilo da Bancoop, o pivô do esquema seria o tesoureiro do PT. Pela denúncia, a cooperativa recebia notas frias de empresas que quitavam os serviços - não realizados - com cheques nominais. Segundo a revista, as empresas descontavam os cheques no caixa do banco e entregavam o dinheiro para dirigentes da Bancoop - um deles Vaccari Neto, presidente do sindicato na época.
Tanto o tesoureiro do PT quanto o Bancoop negam o esquema, classificando as acusações como "inconsistentes e falaciosas".
Vaccarezza disse que os cheques que estão na denúncia - da Bancoop para a própria Bancoop - eram uma "simples movimentação entre contas e não uma evidência de caixa 2". De acordo com ele, a cooperativa tem uma conta corrente para cada empreendimento.
Ainda de acordo com o deputado petista, o tesoureiro Vaccari Neto deve representar contra o promotor na Corregedoria do Ministério Público. Ele, no entanto, procurou desvincular o partido das denúncias. "Isso não é uma história do PT. Ele é um problema do Vaccari", disse o parlamentar.
Blat afirmou que já ter investigado lideranças de todos os partidos e disse que está tranquilo em relação a última movimentação do processo da Bancoop. "São coisas que não surgiram ontem. Elas vêm de muito tempo", disse.