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Canal do Imbuí: única obra de porte na cidade com chancela da Prefeitura e governo federal
Foto: BJÁ
Quem acompanha o desempenho do segundo mandato do prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB), não se surpreendeu com o resultado da pesquisa DataFolha, publicado neste domingo na Folha de São Paulo, apontando-o como o pior avaliado entre 9 capitais das mais importantes do país, com taxa de rejeição de ruim/péssimo em 35%; e apenas 25% de ótimo/bom.
Não há informes precisos sobre a sua eventual disposição de governar a cidade pela segunda vez, daí que sua vitória à reeleição tenha sido contabilizada como uma tábua de socorro administrada pelo ministro Geddel Vieira Lima, as finanças se desregularam ainda no seu primeiro mandato a ponto de mover cinco secretários de Fazenda, um deles, Reub Celestino, deixando a pasta e acusando o chefe do Executivo de predador, todo esse caldo de cultura coincidiu com um ano de crise internacional e reflexos nas gestões estaduais e municipais.
Quem estava organizado conseguiu sobreviver à crise sem sobressaltos, caso do prefeito Márcio Lacerda, de BH, o qual, mesmo sem obras a inaugurar repassou à população confiança de que, novos e bons dias viriam, porque suas finanças estavam preto no branco. No caso de Salvador, a cidade experimentou um ano com atrasos a terceirizados, falta de pagamento a tiquetes refeição, desabastecimento de creches, atrasos generalizados de débitos com empreiteiros e serviços deixando o prefeito engessado.
Ademais, diante do afastamento de Geddel do governo do Estado e dos limitados recursos do governo federal que conseguiu para a capital, isso também prejudicou a performance do prefeito, o qual, com sua equipe, não tem projetos que sejam visíveis à opinião pública nas áreas da educação, saúde, tecnologia da informação, transporte, em quase nenhum setor. Veja que o prefeito chega ao final do ano sem nada para inaugurar.
Salvo o projeto do Imbuí que está sendo tocado pela OAS, num bairro classe média alta, com investimentos de R$50 milhões, não há nada de novo, ainda que promessas se espalhem por todos os cantos diante de presumíveis investimentos que serão aplicados visando a Copa do Mundo de Futebol, em 2014. A Avenida Garibaldi, um projeto anunciado de R$5 milhões, tem 3 meses em obras com dois pedreiros.
O transporte público de Salvador é caótico. O Metrô prometido para outubro último não saiu. A cidade recebe 7 mil novos veículos por mês e a classe média está apavorada com esse entupimento das ruas, a qualquer hora do dia, e com os crescentes índices de violência. Embora a segurança pública não esteja relacionada como obrigação do Município, no momento em que o prefeito difundiu que sua Guarda Municipal também faria esse papel, coadjuvando a PM, o que não aconteceu, o prefeito paga a conta.
Tenho dito aqui neste site que o prefeito João Henrique é um péssimo administrador e um excelente político. Chora, emociona, se passa por um pobre coitado, coloca dados em sua conta que não são reais e vai embromando a todos. Até quando essa fórmula vai dar certo só Deus sabe porque a memória da população é curta, as necessidades são grandes e o prefeito é midiático.
Agora mesmo, ampliou os recursos orçamentários para a publicidade para a faixa de R$50 milhões para 2010, ano eleitoral. Então, que nos preparemos todos para uma nova fase de "tome obras" televisivas e anúncios espaciais de que João trabalha para todos quando, hoje, a área onde obteve os seus melhores resultados eleitorais, em 2008, o Subúrbio Ferroviário, está abandonada.
Esse é João, o único prefeito que teve nota abaixo de 5 (4.9), mas, pouco importa. Pode dar a volta por cima, mais adiante. Tem tempo para isso e um padrinho forte. Entra o ano eleitoral de 2010 com cacife baixo e ainda sem uma definição precisa se será candidato ao Senado ou se vai se manter na Prefeitura.
Mas, é bom sempre lembrar, João é excelente político, e só definirá sua situação no momento certo e que lhe seja mais conveniente.