O presidente estadual do Democratas (DEM), o ex-governador Paulo Souto, aceitou o convite da direção do PMDB e vai visitar a convenção estadual dos peemedebistas, neste domingo. Para ele, a participação no evento de adversários políticos históricos mostra o amadurecimento da democracia. "Hoje estamos do mesmo lado, na oposição, e concordamos numa coisa: a Bahia engrenou marcha ré no Governo Wagner".
Com relação ao fato de a convenção ser uma ação do partido de promover a candidatura do ministro Geddel Vieira Lima ao governo do estado, um possível adversário nas eleições de 2010, o pré-candidato do DEM explica que todas as candidaturas são legítimas e devem ser respeitadas. "As disputas eleitorais devem ser travadas num jogo limpo com a análise criteriosa da vida pública dos candidatos e de suas propostas de governo", afirma.
Para Souto, não cabe, neste momento, julgar as incongruências do comportamento do PMDB baiano que aqui faz oposição ao PT e o apóia em plano nacional. "Mas de maneira geral, acredito que a política no país ganharia mais credibilidade se os partidos tivessem uma linha programática mais clara e consistente.
Baseando qualquer aliança para as eleições de 2010 na responsabilidade com a Bahia e com o povo baiano, o pré-candidato do DEM só descarta o PT como aliado no ano que vem. "A marca do governo de Jaques Wagner é a lentidão. E nas áreas de segurança e de saúde, a sua atuação mostra o descaso com a vida dos baianos".
Segundo Souto, a explosão da violência e as epidemias que assolam a Bahia não acontecem à toa. "São fruto do descaso e da falta de investimento do Governo em serviços básicos para a população".
Na avaliação dele, o Governador tem de chamar a responsabilidade para si. "A responsabilidade não é do secretário de Segurança. É do Governador. Ele tem que cobrar os resultados toda semana. São Paulo conseguiu melhorar a segurança no estado. Pernambuco conseguiu. A Bahia também tem que conseguir. O que é preciso é mais compromisso e disposição para trabalhar", afirma.
O presidente estadual do Democratas considera que as maiores vítimas da escalada da violência são as pessoas mais pobres. "Assim também na saúde, é a população usuária do SUS quem mais sofre", lembra. Para ele, outra forma do governo de Jaques Wagner tentar esconder sua ineficiência é divulgar números maquiados sobre os resultados de sua gestão. "Nunca na história deste Estado, um Governo manipulou tanto dados e estatísticas".