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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propõe, a partir de projeto de lei, que se transforme a corrupção em crime hediondo. A decisão do chefe da nação chega após sete anos de gestão petista em que os escândalos de corrupção, no governo e nos partidos políticos, se transformaram num espetáculo sem paralelo na história da República.
"É louvável a intenção, se não estivesse suportada na demagogia que caracteriza cada gesto do presidente da República. A Lula, jamais preocuparam os escândalos que dominam seu governo, desde o início. Por que essa preocupação nesse momento? Falta autoridade ao presidente para liderar uma campanha pela moralização da política", declara o vice-presidente nacional do Democratas, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).
Com efeito, o democrata lembra que nesta semana, a pretexto de comemorar os 30 anos do PT, reuniu-se em torno de Dilma Rousseff "a fina flor do mensalão de Lula". A militância petista extasiou-se com as presenças de José Dirceu, José Genoino, Luiz Gushiken e outros notáveis petistas . A ausência mais lamentada na festa foi Lula," chefe supremo da quadrilha", denunciada pelo então procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.
Para Aleluia, a reforma política seria um entrave à corrupção, mas, nota, nem o presidente Fernando Henrique Cardoso, muito menos Luiz Inácio Lula da Silva se empenharam para realizá-la.
Com a força que carregavam no início de seus (primeiros) mandatos, teriam feito a reforma. Mas, abstiveram-se desse propósito. De resto, em vez de investir na reforma política, Lula optou pela cooptação de parlamentares e legendas, o que resultou no mensalão, com o desdobramento que se verifica no Distrito Federal. A origem de tudo está na impunidade do mensalão do PT, observa Aleluia.
O líder democrata, que se posicionou francamente favorável à expulsão do governador do Distrito Federal, desde o início das denúncias envolvendo Roberto Arruda, chegou a afirmar que era preferível ficar sem o único governador do partido a manter na legenda alguém que mancha a imagem do Democratas. O governador antecipou-se à reunião da Executiva do partido e desligou-se do DEM.
"Fizemos diferente do PT, que protegeu os seus mensaleiros e ainda comete o desatino de festejá-los. Nós fizemos a coisa certa e nos classificamos par a cobrar com autoridade a moralização da política. O presidente Lula jamais se preocupou com a corrupção. Nestes sete anos, foi passivo, conivente e conviveu com notórias figuras mensaleiras dentro e fora do PT", critica Aleluia.