"É inacreditável que um secretário de Segurança comemore uma queda de 1,3% no número de assassinatos na capital, quando na verdade, nos dois primeiros anos houve um crescimento de 79,2%. Divulgar isso depois de uma semana em que houve 36 mortes em cinco dias, é quase um escárnio com a opinião pública baiana", afirmou Souto.
Para o ex-governador, apesar dos esforços dos policiais, não há como se esperar bons resultados na segurança da Bahia, enquanto a área não receber a atenção devida do governo estadual. "Não se deu à área de segurança a prioridade que ela merece e que toda a população baiana esperava".
INVESTIMENTOS
REDUZIDOS
Segundo dados apurados no Sicof gerencial do governo, os investimentos em segurança pública vêm sendo reduzidos desde 2007 até agora. No primeiro ano do governo Wagner, foram investidos R$ 58,2 milhões - parte ainda fruto de um financiamento internacional tomado ainda em 2005. Em 2008 o valor investido caiu para R$ 26,5 milhões e até novembro de 2009 foram investidos R$ 17,2 milhões.
"Num momento em que claramente a Segurança precisaria de maiores investimentos, infelizmente o governo foi na contramão. Em 2006, a participação dos gastos em Segurança Pública no Orçamento era de 4,58%. Agora a participação caiu para 3,71% do Orçamento".
Os dados do Sicof mostram que até novembro deste ano os investimentos previstos nos principais setores do aparelho de segurança pública estão muito abaixo das expectativas. Para renovação da frota, foram aplicados apenas R$ 5 milhões de um total previsto de R$ 56,9 milhões. Na ampliação e melhoria da rede física, foram investidos R$ 2,84 milhões, quando a previsão era de R$ R$ 12,11 milhões.
A área de informática deveria ter recebido o investimento de R$ 13,6 milhões, mas até agora só houve o aporte de R$ 1,59 milhão. Já a de telecomunicação tem previsto no orçamento investimentos de R$ 19.7 milhões, mas só foram executados R$4,1 milhões. O dado mais surpreendente é o referente a armamento. O Sicof gerencial não acusa nenhum investimento em armamentos até novembro, quando a previsão deste ano é de aplicação de recursos de R$ 7,4 milhões.
Souto destaca que, se for mantida a média dos 11 primeiros anos deste ano, a Bahia vai registrar 1700 homicídios em 2009. "Os números são frios, mas estamos falando de vidas humanas que se perdem a cada ano. E a conclusão é que a reação do governo não está sendo proporcional a essa verdadeira tragédia que é a escalada da violência na Bahia".