Política

GEDDEL LEVA VAI DA MILITÂNCIA DO PT NO ATO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

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| 21/11/2009 às 00:07
Militantes do PT aplaudiram Wagner e Lula e vairam Geddel. João Henrique não apareceu.
Foto: Marivaldo Filho
  (Por Marivaldo Filho)
  
Na cerimônia do Dia da Consciência Negra, com o público repleto de militantes do Partido dos Trabalhadores e do Partido Comunista do Brasil, o ministro da integração nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), tomou uma sonora vaia assim que pisou no palco construído na Praça Castro Alves, nesta sexta-feira, 20 de novembro.

   
A situação foi tão constrangedora que o ministro, que foi um dos primeiros a chegar, no início fingiu que não era com ele, depois teve que sair ‘de fininho' para evitar a prorrogação das vaias.

   
Como era de se esperar, Wagner foi aplaudido pela militância que abafou as vaias da minoria.

    
O prefeito João Henrique não arriscou a testar a popularidade e foi representado pelo vice-prefeito de Salvador, Edvaldo Brito, na solenidade.

  FERIADO EM 2010

O presidente Luis Inácio Lula da Silva, na cerimônia do Dia da Consciência Negra, nesta sexta, 20 de novembro, prometeu que a partir do próximo ano a data será comemorada de uma maneira diferente. De acordo com Lula, será decretado já em 2010 feriado nacional no dia que lembramos da resistência dos negros desde a época da escravidão.

   
A ministra da Casa Civil Dilma Rouseff também foi muito aplaudida. Ela lembrou que o evento estava sendo sediado numa praça que leva o nome de um dos maiores nomes abolicionistas e parabenizou o governo Lula por ter dado apoio às comunidades quilombolas.

   
O governador Wagner lembrou dos avanços para os negros obtidos desde que Lula assumiu o seu primeiro mandato. Sobre a Bahia, disse que muito já foi feito, mas reconheceu algumas fraquezas. "Termos educar a nossa Polícia Civil e Militar para que eles tomem consciência de que os pobres dos bairros da periferia não são marginais. Não queremos mais violência. O que estamos planejando é um banho de educação, cultura, saúde e lazer para as comunidades negras mais carentes da nossa Bahia", afirmou.

  
Wagner contagiou os presentes depois que comparou as trajetórias de Zumbi dos Palmares e do presidente Lula. A semelhança entre a identidade negra dos dois, para o governador, faz com que sejam considerados ícones da luta contra o racismo e o preconceito e a favor de um país mais igual.

  
O ministro de estado-chefe da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, lembrou que 50.6% da nossa população se considera negra e, sendo assim, "é indispensável uma política que busque a igualdade para a maioria do nosso povo".


Mas quem roubou a cena na solenidade foi a Mãe de Santo Makota Valdina, do Terreiro Tanuri Juçara. Franca, direta e sincera ela foi ovacionada depois que declarou que os políticos "não estavam fazendo mais do que a obrigação em diminuir os prejuízos históricos da comunidade quilombola". Ela ainda cobrou que políticas públicas continuem sendo realizadas para diminuir a desigualdade social no Brasil.