Sem entrar no mérito da questão e acusações a quem quer que seja, o deputado Elmar Nascimento (PR), anunciou na tribuna da Assembleia Legislativa nesta segunda-feira, 16, que já tem assinaturas para instalar uma CPI do Metrô de Salvador e desvender "essa caixa-preta que atravessa diversas gestões" nos âmbitos municipal, estadual e federal.
Mesmo assim, o deputado continua coletando apoios. Nesta tarde, colheu a assinautura da deputada Maria Luiza (PSC), esposa do prefeito João Henrique, para não parecer que é um embate entre oposição e governo. "Quero mover essa Casa da inércia e fazer com que alguma coisa funcione", disse o parlamentar respondendo a pergunta de um repórter se acreditava na instalação de uma CPI dessa natureza, ainda em 2009.
"Não tenho a menor dúvida. Poderemos instalar os trabalhos na próxima semana até porque não teremos recesso nessa legislatura", comentou arguindo que, dificilmente a Assembleia votará o Orçamento do Estado para 2010 sem uma ampla negociação e acordos. Segundo o deputado, há um noticiário permanente sobre possíveis desvios de recursos e superfaturmento das obras do Metrosal e "isso precisa ser esclarecido".
HISTÓRICO
Elmar lembrou que as obras do Metrosal se arrastam desde a gestão do ex-prefeito Antonio Imbassahy (1999), ainda nos governos de FHC e Paulo Souto, e seguem sem conclusão e sob eternas suspeitas nos governos de João Henrique, Lula da Silva e Jaques Wagner. Para ele, trata-se do "maior desvio de recursos públicos de Salvador, de acordo com o noticiado pela imprensa".
Na sua opinião, o trabalho da CPI não será interrompido no final do ano porque "não haverá recesso, já que o orçamento para 2009 dificilmente será aprovado no prazo", e isso é condição indispensável para que o recesso comece no dia 16 de dezembro.
"O orçamento só será aprovado se houver acordo, porque a oposição tem maioria na Comissão de Finanças, que tem de aprovar o projeto da lei orçamentária antes de seu envio ao plenário", disse Elmar lembrando que, mesmo em relação ao acordo, é preciso que o governo honre os compromissos do passado as emendas parlamentares individuais de R$300 mil para cada deputado, em 2007; e R$400 mil, em 2008, ainda não nhoradas.
Mas, mesmo que seja votado, o deputado tem outro argumento para a continuidade da CPI: "Já há um precedente na Casa, quando a CPI dos Combustíveis, solicitada pelo ex-deputado Targino Machado, estendeu-se pelo recesso por acordo de lideranças".
Sobre um provável acordo para votar o Orçamento o deputado comenta que, antes de qualquer coisa, o governo tem que honrar primeiro os acertos de 2007 e 2008 (R$700 mil em emendas) para depois ter conversa com os parlamentares.