Assim, ao lado da propaganda governamental, esta o próprio Demo, se um turista fosse assaltado na orla, a culpa era dele; se o Bahia perdesse, era coisa do "velho"; se faltava luz num bairro, era ele o responsável porque só trabalhava para os ricos e desprezava o social; se o Estado enfrentava uma seca, tome críticas porque ele só cuidava de turistas. Anos e anos nesse diapasão. Inventaram até um duto entre a propaganda oficial e a TV Bahia.
Pois dito; esperava-se que, com a ascensão de Wagner ao poder, essa cultura da oposição, fosse modificada. Mas, lego engano. Continua tudo como antes no quartel de Abrantes. Wagner é o senhor do bem, para a situação, embora ainda não chegue ao status de Senhor do Bonfim; e o manfarico para a oposição. Ou seja, tudo de ruim que acontece na Bahia, a culpa é de Wagner, até mesmo essa situação de vexame em que se encontra o tricolor de aço.
A oposição situa que Wagner, entre outras situações, é o responsável pela falta de interação entre as policias Civil e Militar, corporações centenárias; por "patrulhar" deputados na Assembleia; pelas desavenças na categoria Fisco; por ter "botado fogo" no TCE; por "destruir" o setor saúde, e por gastar demais em propaganda numa realidade que não se enxerga, tudo como se essas situações fossem novas.
A Comunicação tem sido a vilã do processo há anos. Antes, com a Propeg, a senhora toda poderosa; agora, com a Leiaute, de igual rótulo. Ora, a Comunicação é uma rubrica governamental assim como são a Saúde, Educação, Infra-Estrutura, Ciência e outras. Historicamente, quem ganha escolhe a agência mãe. Isso é aqui, em SP, Rio, Ceará, em qualquer estado. E no governo federal, idem-idem. Ninguém trabalha com adversário.
Todo mundo sabe que publicidade governamental tem um viés, de exaltar feitos, carregar nas tintas, mostrar coisas boas e bonitas. Cabe ao público julgar. Sempre foi assim, é assim e vai continuar sendo. Gastou-se tanto em publicidade na era "carlista" quanto se gasta agora. E obviamente, os veículos de maior poder de difusão cobram mais caro e são os mais desejados, desfazendo-se a premissa de que existem dutos e outras bobagens.
Resumo da ópera baiana: mudam-se os atores governamentais, porém, a cultura da oposição continua a mesma.