Segundo Lula, o formador de opinião pública, "que antes decidia as coisas nesse país, não decide mais. É porque este povo não quer mais intermediários. Este povo tem pensamento próprio, anda pela suas pernas, trabalha pelos seus braços, enxerga pelos seus olhos e fala pela sua boca".
Nem uma coisa; nem outra. Ou seja, o formador de opinião pode até influenciar em algumas decisões no país, mas, não é poder decisório nem nunca foi; e o povo embora possa ter pensamento próprio de forma isolada, sempre se amparou em organizações sociais, associações comunitárias, sindicatos e entidades que o governo do PT tem defendido e atuado em sintonia com esses movimentos. De repente, para Lula, nada disse existe e a voz do povo é voz de Deus.
O presidente, todos sabem no segmento Comunicação, porque dito pelo próprio, não lê jornais, não assiste noticiários de rádio e TV, e mal acompanha os "breafings" diários com sua assessoria. Como então, diante do distanciamento com o que se publica e se veicula consegue, de uma só penada, situar com todas as letras que o formador de opinião deixou de existir? Não tem cabimento.
Esse não é o pensamento dos veículos de comunicação. Tanto que, em cada um deles, mesmo os menores e situados em cidades do interior, existem um ou mais profissionais que se dedicam ao ramo da análise nos mais variados segmentos - política, economia, esporte, medicina, religião, etc - e a população é livre para decidir.
Lembrem que, na década de 1990, difundiu-se idéias do livro "O Fim da História", de Francis Fukuiama, no qual, o autor pregava o triunfo do capitalismo e da democracia liberal, com forte ironia às teses marxistas. Nada disso aconteceu e tivermos uma baita crise mundial recente com outras leituras. Lula, longe de rever sua posição, porque é um contumaz produtor de frases de efeito, deve compreender que ele não é mais um nome Brasil e sim um representante contemporâneo da política internacional. E esse tipo de declaração é latino-americana.