A Mesa Diretora do Senado decidiu, nesta quinta-feira, por unanimidade, acatar o parecer da comissão disciplinar que pediu a demissão do ex-diretor de Recursos do Senado, João Carlos Zoghbi.

Segundo o primeiro secretario da casa, Heráclito Fortes (DEM-PI), a decisão poderia ter sido tomada exclusivamente pelo presidente do Senado, mas José Sarney (PMDB-AP) preferiu "dividir a responsabilidade" com a mesa. "Achamos por bem colocar em votação e dividir esta responsabilidade, e a mesa aprovou por unanimidade. A proposta é de demissão e a este procedimento vai ser dado prosseguimento", disse.

A defesa de Zogbi tem dito que iria recorrer de uma eventual demissão, mas ainda não anunciou o que deverá ser feito em relação à decisão da mesa diretora.

O ex-diretor do Senado foi afastado do cargo depois de ser acusado de beneficiar uma empresa de sua família para operar empréstimos consignados aos servidores do Senado.

Zoghbi atuou por cerca de oito anos na área de Recursos Humanos e teve, junto com o ex-diretor geral do Senado, Agaciel Maia, seu nome ligado à crise que expôs denúncias de irregularidades cometidas por meio de atos não publicados, conhecidos como "atos secretos".

O presidente do Senado ainda comentou a tentativa frustrada da Casa fazer um censo de seus funcionários. Na terça-feira, a Casa suspendeu o pagamento dos funcionários que sequer iniciaram o questionário e, segundo Sarney, com os pagamentos suspensos, a expectativa é de que estes servidores se manifestem.

"Depois de suspender o pagamento evidentemente que os casos vão aparecer, quem é que está trabalhando e quem não está. O pagamento é uma maneira de a gente provocar imediatamente a regularização dos funcionários da Casa", afirmou.