O deputado lembrou que Jaques Wagner foi ao Japão, mas não conseguiu nem a fábrica da Toyota nem a da Hyunday. Agora mais recentemente, perdeu um investimento de R$150 milhões da empresa mexicana Cemex para a construção de duas fábricas de cimento, que vão para Minas Gerais, após viagem do governador ao México, onde chegou com atraso de um dia para dar palestra no Fórum Econômico Mundial da América Latina.
Wagner também foi à Suíça e à Suécia e, quando voltou, disse que havia conseguido a duplicação da Veracel Celulose - como se um investimento privado dependesse do Estado - e, logo em seguida, a iniciativa foi cancelada devido a crise financeira internacional. Nos Estados Unidos, tentou criar o turismo étnico, mas a iniciativa não vingou. A tentativa de contato com a Holanda para a construção do estádio para a Copa 2014 também não deu certo. "Nada deu resultado. Gastou-se mais do que foi investido", afirmou Bacelar.
FRANÇA
"Agora, vai à França prometendo trazer investimentos mas não leva os responsáveis pelas áreas de Indústria, Comércio e Mineração ou Infra-estrutura. Ou seja, não há planejamento. Mas leva consigo o secretário da Agricultura para visitar o Salon du Chocolat, maior evento mundial ligado ao chocolate, enquanto não trabalha para resolver a crise dos cacauicultores baianos. Ou seja, tudo nesse governo é uma incoerência", protestou Bacelar.
O deputado lembra que as cobranças dele também foram feitas pela imprensa. "Mas esse governo acha estar acima do bem e do mal e não responde a ninguém, nem àqueles que tem como missão constitucional fiscalizar os atos do Executivo. São 18 viagens internacionais em pouco mais de dois anos e meio de governo, enquanto o ex-governador Paulo Souto nos oito anos em que governou a Bahia fez pouco mais de cinco viagens internacionais. A diferença é que, cada vez que ia ao exterior, Paulo Souto trazia recursos ou empresas para a Bahia, e Wagner, em todas as sua viagens não trouxe nada para o estado. Só fez turismo", disse.
Nestes quase três anos de governo, Wagner viajou para 18 vezes e para 17 países diferentes, todas bancadas com dinheiro público. E, apesar dos questionamentos, o governo até hoje não informa custos e nem os integrantes das comitivas oficiais, como a de agora, em que leva consigo o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), ferrenho aliado e defensor de Wagner no Legislativo estadual. Isso sem falar dos resultados das viagens internacionais do governador, que, em termos práticos, são questionadas pela falta de resultados. "É um erro o governo não divulgar objetivamente a intenção e os resultados das viagens. Ninguém tem informações claras e objetivas. Isso revela falta de planejamento. Agora mesmo o governo anuncia que vai a França tratar de iniciativas que fora tratadas em viagens anteriores, mas que não tem nada de concreto. Ou seja, falta planejamento", enfatizou Bacelar.
Nem mesmo o Ministério das Relações Exteriores, órgão que necessita ser comunicado toda vez que o governador viaja ao exterior, tem informações precisas sobre as viagens internacionais de Jaques Wagner e seus resultados práticos. Essas informações devem ser passadas com três a quatro meses de antecedência para que seja avaliado seu objetivo e se aproveite a oportunidade para realizar outros acordos internacionais. "Não se pode desperdiçar tempo, dinheiro e bom senso, coisa que este governo não faz, pois os resultados são ineficientes", lamentou Bacelar.
"Micos" Internacionais - Das 17 viagens internacionais realizadas, o governador Jaques Wagner colecionou mais micos do que resultados favoráveis. Na giagem a Venezuela, por exemplo, a proposta era fortalecer as relações bilaterais com a Bahia. Wagner e comitiva, que incluiu a primeira-dama Fátima Mendonça, partiram dia 13/3/2009 para cinco dias de viagem. Um dos objetivos era criar um voo direto Caracas-Salvador. Mas, além das fotografias com o presidente Hugo Chávez, Wagner nada trouxe do passeio.
Na viagem a Portugal em junho de 2008, o governador viajou especialmente para conhecer o oceanário de Lisboa, o segundo maior do mundo e o primeiro na variedade de espécies. O objetivo era trazer um projeto semelhante para a Bahia, que seria construído na área do antigo Clube Português. Wagner disse que iria buscar grandes parceiros como Petrobras, e contratar o arquiteto Oscar Niemeyer para fazer o projeto. A idéia não saiu do papel.
Já em abril deste ano, Wagner esteve na índia, Inglaterra, Holanda e França e ninguém sabe até hoje os resultados das viagens. O mesmo ocorreu na viagem à China. Jaques Wagner disse ter contatado empresários do setor de turismo, hotelaria, siderurgia e mineração dispostos a investir no Estado. A viagem foi em novembro de 2007 e até agora não se conhece um resultado da viagem. Em Cancum, o governador pagou o maior "mico" que já entrou no anedotário político baiano. Em 13 de abril do ano passado, Jaques Wagner foi ao México participar do Fórum Econômico Mundial da América Latina para tentar vender vantagens econômicas da Bahia e tentar trazer para Salvador a próxima edição do evento. Ao chegar no México, o governador foi informado que o painel do qual iria participar já havia acontecido no dia anterior. Só restou ao governador antecipar a volta a Bahia de mãos abanando.
Viagens do governador - Outubro de 2009 - Viagem comercial à França; Abril de 2009 - Índia, Inglaterra, Holanda e França; Novembro de 2008 - Suíça e Suécia (Veracel), EUA (Vôo inaugural da América Airlines Miami-Salvador) e Argentina (com o presidente Lula); Setembro de 2008 - EUA (com o presidente Lula) e Benin (aumento das relações bilaterais); Junho de 2008 - Suíça (Genebra - 97ª reunião da Conferência Internacional de Trabalho); Abril de 2008 - México (quando perdeu palestra), Emirados Árabes (aumento das relações comerciais) e EUA (para o Fórum das Américas, em Nova Iorque); Novembro de 2007 - Portugal e Espanha (aumento das relações comerciais) e China (contatos empresariais); Setembro de 2007 - EUA (Lançamento do "Brasil sensacional" - Vôo da Américan Airlines e TAM); Abril de 2007 - Japão (reunião com empresas como Toyota, Mitsu e Bridgestone e Agência de Cooperação Internacional do Japão para qualificação em Meio Ambiente); Agosto de 2007 - Chile (Encontro da OIT no Chile - Trabalho decente na América Latina) e Argentina (encontros comerciais) e Junho de 2007 - Primeira viagem internacional para Portugal e Espanha (contatos comerciais e empresariais).