Milhares de pessoas vieram até a Praça Juracy Magalhães, no município de Cipó (a 241 km de Salvador) para recepcionarem o governador Jaques Wagner e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que encerraram nesta sexta-feira (9), no semi-árido baiano, a Caravana Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil.
Entusiasmada com a população local, a ministra Dilma falou que todas as vezes que esteve no Nordeste, retornou para o cotidiano de Brasília revigorada e convencida de que a energia do presidente Lula não poderia vir de outro lugar. Por fim, antes de subir até o tablado, o governador Wagner indicou um popular que estava com a mãe na linha do telefone: "Ministra, ministra, minha mãe está no telefone", disse o popular, que passou o telefone para Dilma: "Qual é o nome dela", perguntou a ministra.
"Angélica", gritou o rapaz. "Dona Angélica, aqui é a ministra Dilma Rousseff, tudo bem", disse, após ouvir do outro lado uma estrondosa gargalhada e replicou brincando: "Não está acreditando, pois, leia no jornal depois", devolvendo as risadas juntamente com o governador Wagner.
No palco, a ministra enfatizou a importância da Caravana da Erradicação do Trabalho Infantil, promovida pelas Voluntárias Sociais da Bahia em parceria com o Governo do Estado, a Organização Internacional do Trabalho e a Unicef. "Precisamos, através de ações como esta, dar as mãos para impedir o trabalho infantil, que envelhece nossas crianças precocemente", comentou Dilma, listando os programas federais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e a criação de escolas profissionalizantes que também contribuem, em âmbito nacional, para o fim da exploração infantil.
Para selar o apoio do Governo Federal ao projeto, Dilma assinou, ao lado do governador Jaques Wagner, um termo de compromisso para uma Bahia livre do trabalho infantil.
"Vamos devolver a todas as crianças o direito de estar nas escolas, a brincar. E precisamos deixar claro que não somos contra as crianças ajudarem seus pais em tarefas domésticas ou aprenderem os princípios de uma profissão. Sabemos que o trabalho dignifica o homem. Somos contra, sim, a exploração dessas crianças, que as jogam no mundo do analfabetismo", disse Wagner.
Lançada no último dia 23, a Caravana percorreu o estado, levando ações de mobilização, como reuniões e atividades culturais, para o enfrentamento e erradicação do trabalho infantil. No território de identidade Semiárido Nordeste II, onde está localizado Cipó, foram encontrados os piores índices da Bahia, com cerca de 14 mil crianças trabalhando.
"Por isso, decidimos encerrar o programa por aqui, mas estamos confiantes de que esta realidade não só mudou como continuará mudando. Vamos devolver a infância a nossas crianças e esta Caravana certamente não para por aqui", afirmou a primeira dama do Estado, Fátima Mendonça, presidente das Voluntárias Sociais da Bahia.
Obras
Ainda em Cipó, a ministra chefe visitou a entrega de uma série de obras à população local, por parte do Governo do Estado. A primeira delas foi a recuperação da BA 404, no trecho que liga Cipó ao povoado de Buri. A iniciativa, com investimentos superiores a R$ 1,5 milhão, vai beneficiar 110 mil habitantes da região.
Em Buri, o governador entregou um laboratório de informática, viabilizado em parceria com o Governo Federal, com dez computadores que ofertarão acesso gratuito a internet banda larga. No mesmo povoado, Wagner entregou, ainda, uma Unidade de Saúde da Família, orçada em R$117 mil.
Wagner ainda autorizou o início das obras de ampliação dos sistemas simplificados de abastecimento de água, que vai atender s localidades de Barreiras, Capoeira e Torre. A ação vai levar água potável para cerca de 590 habitantes, por meio de um recurso de R$ 31 mil.
Além disso, foi autorizada a implantação de cisternas e sanitários em 190 escolas municipais da região, com recursos da ordem da R$ 2,5 milhões. "O povo está mais que contente. Obras para a melhoria da nossa vida são sempre benvindas", comentou Adilton Moura, autônomo, sobre as inaugurações locais.