Nesta quarta-feira (23), o governador Jaques Wagner deu início aos debates do painel "Distribuição dos Dividendos do Pré-sal", que integra a roda de palestras do Seminário Pré-Sal e o Futuro do Brasil, em Brasília. Wagner foi o primeiro a realizar a exposição dos demais governadores da mesa: Eduardo Campos (PE) e Paulo Hertung.
De maneira ponderada, Wagner refutou qualquer tentativa de ideologizar o debate da partilha do Pré-sal, assim como, o reducionismo baseado na dicotomia estatizante versus privatizante. Com uma posição mais equilibrada em relação aos demais estados, Wagner é contra o atual modelo de partilha dos royalties, mas, também não defende a distribuição equitativa da riqueza.
É a favor de uma distribuição proporcional vinculado ao índice populacional de cada estado e inversamente ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Justificou a proposta dando como exemplo as conseqüências danosas do desenvolvimento concentrado do país, voltado para as regiões sul e sudoeste do Brasil, que possuem elevado índice de imigração das demais regiões.
"Manter o atual modelo de distribuição dos royalties significa perpetuar um modelo de desenvolvimento que gera desigualdades regionais no país", defendeu Wagner.
Mais uma vez, o governador baiano reafirmou a sua posição referente à partilha da riqueza produzida a partir da descoberta do Pré-sal, defendendo a tese contida nos quatro projetos encaminhados pelo Governo Federal ao Congresso Nacional, especialmente, no que concerne ao regime de urgência do trâmite.
"A indústria do petróleo trabalha com planejamento, e se quisermos realmente, o quanto antes, explorar esta riqueza produzida pelo povo brasileiro, devemos criar as condições ideais logo, porque, há um custo alto e complexo na produção desta riqueza", argumentou Wagner.