José Serra fez palestra na ACB
Governador de SP assina livro de presenças na ACB ao lado do presidente Eduardo Morais
Foto: BJÁ
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), provável candidato deste partido a Presidência da República, em 2010, afirmou na Asssociação Comercial da Bahia em palestra sobre o tema "Desenvolvimento do Nordeste" que o Brasil tem tudo para sair da rabeira do BRIC (Rússia, China, Índia e Brasl) e ter uma taxa de crescimento maior do que atual. "O Brasil bem administrado poderia estar melhor", frisou numa crítica direta ao presidente Lula.
Segundo Serra, isso só não acontece porque o governo federal comete muitos erros, sem que tenha necessidade para tal. Ainda assim, como são erros, tem consequências ruins para a Nação. "Nós caminhamos para trás e dificilmente poderemos ter um crescimento maior com essa política atual", frisou.
Para o governador de São Paulo, nem tudo está perdido e ele tem o que considera uma visão otimista capaz de adotar uma política que possa corrigir esses erros. Situou que, graças a esse otimismo, São Paulo está conseguindo atravessar a crise financeira mundial, apesar da brutal queda de arrecadação, com capacidade de investir com recursos prórios algo como R$20 bilhões, em 2009, "o que é o maior feito de minha administração".
Serra comentou que o sucesso da gestão paulistana é o profissionalismo que trabalha excluindo a prática do fisiologismo. "Nós conseguimos frear o furor fisiológico". O governador classificou essa nesfasta prática da gestão apadrinhada, como as águas poluidas do Rio Tietê, entendendo que, como os atos fisológicos foram abolidos do seu governo, a gestão não pega doença. "Não dá pra beber a água do Rio Tietê ainda, mas, melhoramos bastante", admitiu.
PAIXÃO PARA NOMEAR
Comentou que deputados têm paixão por nomeações. Mas, que essa paixão é ainda maior quando um vizinho seu, um colega, nomeia mais do que ele. Daí que adotou o princípio de emendas parlamentares iguais para todos, DEM, PSDB, PSOL. PT, etc, e assim conseguiu diminuir a taxa de ira.
Em resumo, o recado passado pelo governador para o Brasil e para outros gestores nacionais, especialmente do Nordeste, diante do tema proposta, é a gestão profissional, sem fisiologismo, sem aparelhamento, e com trabalho de planejamento e visão de desenvolvimento. Ou seja, que o Brasil tem condições de melhorar sua gestão federal e crescer mais do que está crescendo, abandonando essa posição conformista em que se encontra.
NORDESTE
Sobre o Nordeste destacou que há vários Nordestes e a própria Bahia tem várias dimensões. Em relação especificamente a Bahia enumerou quatro grandes pontos que entravam um crescimento maior do Estado: a precariedade de sua infra-esrrutura de estradas, especialmente as federais; as deficiências dos portos; a necessidade de melhorar a qualificação de sua planta humana; e o mercado consumidor.
Segundo Serra, sem romper esses pontos de estrangulamento, o estado não avançará apesar de sua matriz industrial diversificiada com diferentes tipos de segmentos no Recôncavo, na RMS, no Norte, no Oeste e Extremo Sul.
O governador defende o seguinte movimento para avançar também com base em quatro pontos, tendo como exemplo SP: gestão de resultados em todos os segmentos; planejamento; prioridade no fazer; e responsabilidade fiscal. Deu, como exemplo, a gestão de resultados na educação de São Paulo com as escolas e professores cumprindo metas. A partir do momento que se atingem as metas (e até supera-as) ganha-se um dx salarial por isso.
No caso dos hospitais públicos de SP, Serra citou que 25 deles estão administrados por Organizações Sociais e têm um rendimento 25% maior do que os geridos pelo Estado, e um custo 10% menor.