O Diretório Nacional do PT, em reunião que durou todo o dia de hoje (quinta), em Brasília, decidiu suspender o deputado Luiz Bassuma de todas as atividades partidárias, assim como o proíbe de falar em nome do partido, pelo período de um ano.
Sob o comando do presidente Ricardo Berzoini, o DN recebeu da Comissão de Ética petista o parecer pedindo a expulsão do deputado, mas por ampla maioria decidiu pela suspensão, o que o torna quase um deputado-zumbi.
Com altivez, o deputado reafirmou que será inevitavelmente reincidente, ou seja, não deixará de expressar, publicamente, que é contra o aborto e a sua legalização. Frisou ainda que é fundador e presidente da Frente Parlamentar em defesa da vida Contra o Aborto do Congresso Nacional.
PERDE A ALMA
Em sua defesa, Bassuma declarou que o PT perde "a sua alma e coerência de vida" e fez veemente apelo para que os integrantes do DN não adotassem posição dúbia - o que terminou acontecendo - porque não se afastará um milímetro das posições adotadas até aqui. Ele confessou repetidas vezes que só aceitaria a pena de expulsão ou o arquivamento do processo.
Ao desembarcar em Salvador ainda na noite desta quinta-feira - ele não esperou o resultado do Diretório Nacional - o deputado Luiz Bassuma, que já declarou não ser candidato à reeleição em 2010, informou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal contra a censura do partido e em defesa da liberdade de defender a vida.
Desde o início do segundo semestre do ano passado, a Comissão Nacional de Ética do Partido dos Trabalhadores trabalhou para colher os depoimentos dos acusados e das mulheres contra os deputados federais petistas Luiz Bassuma e Henrique Afonso/AC de transgressão a uma Resolução aprovada no 3º Congresso do Partido, que levou o PT a posicionar-se pela descriminalização do aborto no Brasil.