O líder da Oposição na Assembléia Legislativa, deputado Heraldo Rocha (DEM) lamentou as declarações "destemperadas, antidemocráticas e agressivas" do governador Jaques Wagner, ontem, tentando desqualificar os adversários políticos de "bando de abestalhados".
 
"É até deselegante para um chefe do Poder Executivo usar expressões como as do governador, ainda mais em uma solenidade pública e que, certamente, não condizem com a postura de um governo que se diz republicano, transparente e democrático. A experiência democrática nos ensina que conviver com as diferenças de opiniões é, inclusive, salutar ao sistema político. Caso contrário, estaremos vivendo uma ditadura".
 
" Já basta a forma truculenta como o Governo age na Assembléia Legislativa, onde seu único e principal projeto é tentar se perpetuar no Poder. O papel constitucional de um parlamentar quer seja ele governista ou oposicionista, é, antes de tudo, fiscalizar os atos do Executivo e dessa missão não iremos nos afastar um milímetro, mesmo diante das imposturas que venham, porventura, tentar lançar contra nós. Também não podem lançar contra a Oposição - que hoje cresce e se fortalece no Estado diante do fracasso administrativo deste Governo -, a responsabilidade dos equívocos que são cometidos diariamente", frisou Rocha.
 
Cobramos - e cobraremos sempre - ações que venham beneficiar o povo baiano, que venham assegurar educação, saúde, segurança pública, moradia, etc, que são direitos dos cidadãos e que não estão sendo garantidos pela atual administração que, em mais de dois anos e meio já deixa claro e transparente o seu fracasso. Num momento de crise em que estamos vivendo, o governador, neste momento, deveria estar mais preocupado em assegurar a paz e a tranqüilidade dos baianos.

Mas assistimos, há cinco dias, a ação do narcotráfico se sobrepor a um governo que não tem conseguido manter a ordem e a segurança. São dezenas de ônibus queimados, módulos policiais incendiados, policiais feridos ou mortos e a população, intranqüila e acuada pelo medo. Essa deveria ser a preocupação fundamental do governo no momento: restabelecer a ordem e não tentar atingir com ataques despropositados e antidemocráticos a Oposição. Não serão ataques despropositados e antidemocráticos que nos intimidarão ou nos farão recuar", concluiu Rocha.