O governador Jaques Wagner em pronunciamento durante a posse do novo secretário de Ciências, Tecnologias e Inovação da Bahia, Eduardo Ramos, nesta quinta-feira, 10, no auditório da Fundação LEM, voltou a criticar duramente a Oposição ao seu governo e ao grupo liderado pelo ex-governador Paulo Souto, DEM, os quais, classificou de "um bando de abestalhados", e ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e ao presidente regional do PSDB na Bahia, Antonio Imbassahy, por não praticarem os princípios da lealdade.
Sobre a Oposição e as críticas que vem recebendo em relação a violência e os atentados à Polícia e ao patrimônio público em Salvador disse que seu governo não vai recurar um mílimetros no combate ao crime organizado, que a Força Nacional de Segurança tem um grande contingente de baianos e se preciso for vai convocar o Exército, a Aeronáutica e a Polícia Federal.
Em seguida arrematou: "Não faço política com pirotecnia e portando uma melancia no pescoço. Atuamos em silêncio e temos um ano nesse planejamento. Vamos enviar 14 detentos para Catanduva. Nossa luta é dura, prolongada e requer investimentos".
Por isso mesmo, complementou o governador, fico admirado em ver "esse bando de abestalhados fazendo críticas sem conhecimento de causa. Não faço palhaçada e meu jeito de fazer é bem feito" disse situando que quando o Estado adquiriu o Sistema Guardião não foi para combater a lavagem do dinheiro chic e sim para combater o crime organizado. Para o governador "não adianta ficar só com o carro de Polícia e a sirene ligada", pois, é preciso ter inteligência, planejamento e investimentos.
Segundo Wagner o que está produzindo essa violência em profusão é a falta de valores do mundo moderno. "Essa situação tem nome: a idolatria no mercado absoluto. É isso que traduz o crime. O que está faltando são valores. E nossa aliança com o PDT, nessa solenidade, representa esse sentimento. De valores, de um projeto político para a Bahia e para o Brasuil", afiançou.
SOBRE A ALIANÇA COM PDT
O governador comentou durante a solenidade bastante concorrida, com a presença do Ministro do Trabalho, Carlos Luppi, que aliança do seu governo com o PDT não se alicerça apenas na ocupção de cargos, mas, sobretudo, no apoio a um projeto político, o qual, "muitos ainda não entenderam" e que derrotou a política do "chicote na mão e o dinheiro na outra".
Entende Wagner que a democracia do pensamento único que reinou na Bahia durante anos se extingiu. Comentou, também, que é lamentável que princípios como honestidade e lealdade, os quais, "a gente aprende com pai e mãe", não tenham sido praticados com alguns políticos no Estado, numa referência entrelinhas ao ministro Geddel e ao ex-prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy.
Situou que esses atributos são para aqueles que têm DNA de raiz. Elogiou, em seguida, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, o qual, tem essa reciprocidade da lealdade de berço, e disse a platéia presente ao evento, com deputados do PDT, lideranças, secretários de estado, reitores de universidades e outros, que as pessoas não devem procurá-lo como um chefe e sim como um líder.
"Não meto a mão em partido de ninguém. Não acredito nisso. Acredito na hiastória de um partido político e de sua luta" frisou dando como referências as ações do PDT nas campanhas pelo petróleo ainda no momento getulista, hoje, ainda atuais, porque representam a luta do povo brasileiro.
O governador disse que suas relações com o PDT são antigas e se orgulha de ter ajudado a eleger João Durval senador da Bahia e o prefeito João Henrique, em Salvador, na eleição de 2004. "Eu telefonei para João e disse: me diga onde é seu primeiro palanque que lá estarei" frisou Wagner numa referência ao segundo turno na campanha de prefeito de Salvador quando João enfrentou César Borges, PFL.
SOBRE A CAMPANHA DE 2008
Wagner comentou que, na eleição para prefeito de Salvador, em 2008, o adversário do seu projeto político era o DEM, na figura de ACM Neto. Daí que, apesar de não ter sido bem intrepretado, até hoje, por alguns segmentos políticos por seu gesto de comparecimento político nas convenções, e aí referindo-se ao PSDB explicitamente, "num gesto de reciprocidade ao apoio que este partido me deu em 2006", teria havido um compromisso dos tucanos em apoiar sua reeleição, em 2010.
Situou que, no PSDB, o deputado Marcelo Nilo, presidente da Assembleia manteve essa lealdade, diferente da direção tucana que tomou outro rumo. Em outras palavras, Wagner disse com todas as letras que o PSDB teve a sua lealdade em 2008, mas, agora, não deu a recíproca.