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O governador Aécio, presidente Marcelo, ministro Geddel e deputado ACM Neto
Foto: BJÁ
O governador de Minas Gerais, em conversa com os jornalistas antes de receber o título de Cidadão Baiano na Assembleia Legislativa nesta tarde de quinta-feira, 3, disse que ninguém é candidato de sí próprio ou entrar numa aventura. Meu avô Tancredo Neves dizia que devemos estar preparados para os riscos, aventura nunca. E deixou claríssimo que, seu nome está sendo colocado por companheiros do partido à presidente e não a outro cargo. Daí descartou a chapa puro sangue tão falada José Serra Presidente e Aécio Neves vice.
"Quero apresentar temas novos depois de 16 anos no Congresso, presidente da Câmara, governador de Minas Gerais por quase 8 anos, isso me permite ter algumas compreensões que gostaria de discutir com o Brasil", disse Aécio situando que, para a função de vice existem quadros em outros partidos que formarão a coligação com o PSDB e é louvável que assim seja e integre a chapa um nome emanado de outra agremiação partidária.
Comenta que, na condição de pré-candidato a presidente, está pronto para o embate, assim como o governador José Serra. "Tenho defendido e vou continuar defendendo que a escolha do nome não seja feita pela cúpula e sim pelas bases partidárias, e não apenas por indicadores de pesquisas, mas, também, pela capacidade do que cada candidatura representa".
Aécio acha que existe uma chance. "Estou preparado para uma disputa como da mesma forma estou preparado para apoiar o companheiro José Serra se essa for a decisão da maioria do meu partido", frisou.
O QUE DIZER
À POPULAÇÃO
Na opinião do governador mineiro, hoje, o PSDB tem que dizer a população brasileira o que ele apresentará, que diferencie da proposta daqueles que estão no governo. "Nos últimos 6 anos, o PIB cresceu 6% e os gastos do governo 75%. Isso é ilógico, irracional. É uma conta que não fecha e não fechará jamais. Nós temos que apresentar ao Brasil novas propostas e a partir daí definir quem será o candidato".
Aécio relata que o governo do presidente Lula mantém os pilares do programa do PSDB, câmbio flutuante, superavit primário, e reconhece virtudes e méritos no governo petista. Mas, entende que pode ser muito melhor. "O Brasil hoje quer saber qual é a nova agenda, onde estão os gargalos e melhorar os níveis atuais".
PRÉ-SAL
O governador mineiro defende uma discussão em outro patamar sobre esse tema e que possibilite ao Brasil o enfrentamento das grandes questões "a baixa qualidade da educação e a trágica situação da saúde pública".
Diz que o Fundo a ser criado deve investir nesses dois segmentos, com planejamento. "Portanto, tem que haver uma discussão superior a disputa entre estados. Pode até haver uma compensação para um ou outro a mais, mas, a maior parte desses recursos deve ser distribuida entre todos os estados brasileiros", completou.
Aécio revelou sua conversa com o governador Jaques Wagner que tem essa mesma posição, que também dialogou com os governadores Sérgio Cabral e José Serra para que o assunto não seja trasnformado num ativo eleitoral.
"As propostas do governo nos 4 projetos são positivas, mas, em relação a essa questão, é preciso ter generosidade pois essa é uma oportunidade única para enfrentarmos esses dois gargalos na educação e saúde".
TÍTULO CIDADÃO
Sobre o título de Cidadão Baiano comentou que "os mineiros e baianos são muito parecidos. Minha origem, meu pai, meu avô era do Jequitinhonha e convivemos com os baianos do Sul. Nos chamamos alí de baianeiros. Jamais em qualquer tempo da história a Bahia e Minas Gerais buscamos a hegemonia e precisamos construir um projeto para o Brasil novo. Na verdade o que o Brasil busca, hoje, é uma nova convergência", falou desviando o tema para o campo político.
"O Brasil está cansado desse radicalismo que coloca os dois principais atores da política brasileira, PT e PSDB, cada um no canto do rigue e quem perde a eleição se colocar de forma radical na oposição e reformas que são importantes para o Brasil estão sucessivamente sendo adiadas. Acho que o sentimento de Minas por sermos a síntese da Nação de ajudar a construir essa nossa convergência. E é preciso que o PT e o PSDB dêm lugar a isso", concluiu.
PRÉ-SAL E GENEROSIDADE
Segundo Aécio, nas discussões sobre a territorialidade do Pré-Sal é preciso compreender um pouco o que é estado produtor de petróleo. E explica: "É aquele que em suas fronteiras ou em terras rasas produzem um produto com determinado dano ao meio ambiente".
"O Pré Sal esta bastante distante da Cosa e sem dano aparente ao meio ambiente dado a sua profundidade. Falei com Serra por telefone e ele está absolutamente aberto a esta discussão. Seria apequenar as discussões se colocarmos os estados próximos do Pré Sal aqueles não próximos. Poderia surgir até pela dimensão desses governadores, Sérgio Cabral, José Serra e Paulo Hartung uma proposta, e trazer um componente diferencial para esses estados, mas é necessário criar um fundo nacional onde a maior parte desses recursos sejam repassados para todos os estados para serem usados em saúde e educação", comentou
"Não adianta centralizar esses recursos na União para se manter deficit primário. Há uma absurda centralização dos recursos na União e nós jamais vivemos em nossa história uma tão perversa concentração como esta. Hoje, 70% de tudo que se arracada no Brasil estão nas mãos da União. A Federação nunca esteve tão fragilizada. O que se investe no local se faz com muito mais eficiência e transparência", finalizou.