Segundo o senador, a crise afeta uma região com mais de 100 municípios e quase 3 milhões de pessoas, causando desemprego para 250 mil baianos. "Essa situação já dura vinte anos e arrasta-se por diversos governos", declarou. César Borges disse que, ao longo do tempo, "os produtores foram induzidos, até mesmo obrigados, pela circunstância, a aceitarem pacotes tecnológicos incompatíveis com a realidade local e que também vinham acompanhados de pacotes de empréstimos que endividaram a região e ficaram longe de solucionar os seus problemas".
De acordo com o histórico traçado pelo senador, a mais recente tentativa foi o lançamento do PAC do Cacau, com a promessa da liberação de recursos da ordem de R$2,2 bilhões até 2016 para beneficiar os produtores por meio da diversificação da produção, da revitalização da produção cacaueira e, acima de tudo, para equacionar o problema das dívidas. "Entretanto, o que se ouve dos produtores são somente reclamações, lamentos de uma crise que parece não ter fim", apontou.
César Borges lembrou que, a seu pedido, será realizada audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) para debater o assunto, em data a ser definida, onde será cobrada da Ceplac explicação para o baixo resultado do programa. Além de apontar a vassoura-de-bruxa como uma das razões para o endividamento do setor, César Borges citou o impacto de fatores econômicos, como a baixa cotação do cacau e as taxas de juros dos empréstimos, além da falta de resultados da clonagem.