A Assembleia Legislativa deve criar uma Frente Parlamentar da Saúde, supra partidária, para debater e propor alternativas para o momento que o setor de saúde privada enfrenta hoje. A proposta foi apresentada pelo deputado Heraldo Rocha (DEM), líder da Oposição, que presidiu ontem, sexta-feira, sessão especial para discutir a provável crise financeira nos hospitais privados e filantrópicos da Bahia.
Proposta pelo deputado João Carlos Bacelar (PTN), a sessão foi uma iniciativa da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia (AHSEB) e Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sindhosba). As três principais reivindicações do setor são: abertura de linhas de crédito especiais para o segmento hospitalar privado, reajuste na tabela do SUS e redução da carga tributária para os hospitais.
Para Heraldo Rocha a rede privada e filantrópica desempenha um papel importantíssimo para suprir a carência da rede pública. "No que tange a Assembléia, podemos da abertura de canais de discussões com o Estado a fim de criarem de linhas de créditos específicas e também com os municípios, a redução do ISS. O Estado não pode dispor da rede filantrópica e particular, até porque o Estado vem reduzindo os investimentos em saúde pública.
CRISE
De acordo com o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Marcelo Britto, a rede privada de saúde enfrenta uma crise. "Diríamos que entramos agora na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)", disse Britto. Segundo ele, são três alicerces que sustentam a crise dos hospitais: a alta carga tributária; a inexistência de linhas de financiamento específicas para o setor e as tabelas de pagamento dos planos de saúde e Sistema Único de Saúde.
"Os hospitais tem a mesma carga tributária que, por exemplo, uma empresa de recarga de tonner. Estamos reivindicando uma redução da carga tributária. Há a redução de Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, para automóveis e até para as empresas que vão trabalhar para realizar a Copa do Mundo. Tudo isso é importante.Mas será também que a área de saúde também não merece um tratamento isonômico?", questionou Britto.