Política

MESMO EM CRISE, SENADO PAgA R$5.3 MILHÕES EM HORAS EXTRAS EM JULHO

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| 28/08/2009 às 17:08
Presidente do Senado, José Sarney, acha que está tudo bem na Casa
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Senado pagou R$ 5,036 milhões em horas extras para funcionários em julho, quando a Casa funcionou apenas até o dia 17, antes de entrar em recesso parlamentar.

Na época, o Senado viveu o auge da crise política que atinge a imagem da instituição há mais de quatro meses, com as votações no plenário praticamente paralisadas.

Muitos senadores, porém, aproveitaram as sessões esvaziadas para fazer discursos e protelar o encerramento das atividades --o que acarretou no pagamento de horas extras aos servidores.


As horas extras são pagas aos funcionários que trabalham após as 18h30 e só são liberadas com a determinação de chefes de gabinete ou diretores da Casa. Em janeiro, a direção da Casa concedeu reajuste de 111% no benefício. O teto subiu de R$ 1.250 para R$ 2.641,93.


A Folha Online apurou que muitos servidores estendem as jornadas de trabalho até às 20h30 porque, dessa forma, têm assegurado o pagamento integral do bônus. Pelas novas regras do Senado, o servidor recebe o mesmo valor em horas extras se sair após às 20h30 ou se encerrar as atividades de madrugada.


A Diretoria Geral divulgou nota nesta sexta-feira afirmando que desde maio reforçou o controle da prestação de serviços. Mas reconhece que pode haver abusos no pagamento das horas extras.
 

"Com referência ao valor pago por horas extras no mês de julho, a Secretaria de Recursos Humanos providenciará para que, havendo incorreções, haja compensação a ser ressarcida no mês de setembro aos cofres do Senado", diz.


A nota afirma, ainda, que as novas regras que controlam as horas extras de funcionários por meio de ponto eletrônico já estavam em vigor, o que deveria reduzir os pagamentos irregulares. "Em maio novas regras foram implantadas por meio do registro eletrônico com senha intransferível para cada funcionário e limite de duas horas por dia", afirma a nota.