Política

SENADOR CÉSAR BORGES PROTESTA DIANTE CORTES DE R$184 MILHÕES A BAHIA

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| 26/08/2009 às 00:44

         Cortes que somam R$ 184,5 milhões nas emendas da bancada baiana ao atual orçamento da União, prejudicando Salvador, Feira de Santana, Juazeiro e a implantação da BR-235, levou o senador César Borges (PR-BA) a protestar hoje (25) contra o governo federal pela falta de critérios da medida. A maior parte das emendas canceladas havia sido incluída no Orçamento pelo próprio César Borges, que foi relator setorial de planejamento urbano, e parte foi indicação sua à emenda coletiva para infra-estrutura urbana das ilhas de Salvador.

         "Como não protestar contra isto? Qual o critério que o governo adota? Por que faz cancelamentos drásticos, verdadeiras amputações, quando poderia adotar cortes lineares nas dotações em geral?", questionou. César cobrou posicionamento da coordenadora da bancada baiana, deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), e do secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro, ex-coordenador da bancada, "pelas responsabilidades que ocupam e pela ligação deles com Salvador, a cidade mais prejudicada, com perdas de R$ 70 milhões."

         César Borges entende que o governo estadual também precisa se pronunciar inclusive para demonstrar que não houve qualquer manipulação política na decisão do governo federal de cortar as emendas de Salvador, cujos decretos de cancelamento foram publicados na semana passada. "Não posso crer que tenha havido qualquer perseguição à capital baiana apenas porque o prefeito da cidade é do PMDB e houve recentemente o rompimento deste partido com o Governo Wagner", avaliou o senador.

         O senador lembrou que a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou esta semana um índice de desenvolvimento humano no qual Salvador figurou entre as cinco capitais do país desempenho na questão. César ainda citou pesquisa divulgada na semana passada pelo IBGE com estimativa de crescimento das cidades que aponta uma explosão demográfica de Salvador, que cresceu 22,7% desde 2000, mais que o dobro de Recife. "Fica a pergunta: como se administrar uma cidade nestas condições", questionou.

         Para César Borges, o cancelamento de R$ 70 milhões a Salvador mostra que não houve critério por parte do governo federal. "O cancelamento, além de ser um desrespeito ao Congresso, pela forma como é feito, neste caso também foi um desrespeito a Salvador", afirmou. Por isto, cobrou a votação da PEC 22/2000, do falecido senador Antonio Carlos Magalhães, que cria o orçamento impositivo no país. Aprovado no Senado, o projeto está parado na Câmara dos Deputados. Com ele, o governo será obrigado a cumprir o orçamento.