"Entre o PT e a Bahia, essa turma que está no governo do estado prefere sempre o partido ao nosso estado e nosso povo". A frase, que o presidente do Democratas da Bahia, o ex-governador Paulo Souto, repete há muitos anos, encontrou eco, outra vez, nas ações do atual governador Jaques Wagner.

A coluna Painel da Folha de São Paulo deste domingo (23), assinado pela jornalista Renata Lo Prete, revela que ao contrário de outros governadores de estados produtores de petróleo, como Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Paulo Hartung (PMDB-ES), Jaques Wagner é o único que avalia que não cabe pagamento de royalties a entes federados no caso do pré-sal.

O Marco Regulatório do Pré-Sal que o PT e o presidente da Petrobras, o petista baiano Sérgio Gabelli, querem aprovar no Congresso Nacional, exclui estados e municípios de participação nos recursos gerados pela exploraçã e petróleo nesses tipos de baciais. Governadores que pensam em seus estados, já anunciaram que são contra a proposta. Wagner é a única exceção.

FAVOR DO PARTIDO

Para o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM), esse é outra comprovação evidente de que, entre a Bahia e o PT, Wagner se posiciona sempre a favor de seu partido e contra o estado que diz governar. "Mais uma vez o governador Jaques Wagner coloca os interesses do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governo federal acima dos interesses do povo da Bahia. Como aconteceu em relação à transposição do rio São Francisco, quando o petista que governa a Bahia seguiu a orientação do Palácio do Planalto em detrimento da população baiana, Wagner, em nome da companheirada, renuncia aos royalties que a Bahia tem direito, em face da exploração do pré-sal", afirmou o parlamentar.

Segundo Aleluia, Wagner não tem carta branca dos baianos para abrir mão de receitas. "Quanto mais de receitas que podem ser avaliadas em bilhões de reais, como é o caso das que advirão com a exploração do petróleo na camada pré-sal na costa baiana", disse.

Aleluia tem criticado constantemente o fato de a Bahia vir perdendo espaço político e econômico, porque o governador Wagner põe a "subserviência" a Lula e ao PT acima dos interesses do estado e dos baianos.

Para Aleluia, Wagner decidiu, sem ouvir o povo da Bahia, que as "ordens" do Palácio do Planalto serão obedecidas, sem contestação.

"A submissão de Wagner explica a deterioração crescente da Bahia. Hoje o que vemos é o Estado dominado pela violência, a saúde um caos, enquanto o governador presta serviço a Lula, desprezando o fato de que foi eleito para governar um estado que era referência nacional em várias áreas e hoje só aparece no noticiário policial de jornais, de televisão e de emissoras de rádio", advertiu Aleluia.