Além do questionamento do modelo de cobrança nos estacionamentos privados, que em grande parte das vezes são alugados pelos poderes públicos, também estiveram em pauta no encontro: a regulamentação das empresas de estacionamento, a cobrança nos shoppings centers, a segurança dos motoristas que guardam os carros nos estacionamentos privados e a própria garantia de preservação dos pertences dos condutores que ficam dentro dos automóveis enquanto eles estão guardados.
Para o vereador Câmara, a cidade se transformou num ‘parque de estacionamentos'. O tucano cobrou da Transalvador uma maior fiscalização dos ‘flanelinhas' que clandestinamente tomam conta dos carros. Sobre a cobrança fracionada, disse que Salvador deve seguir o exemplo de Belo Horizonte e implantar a cobrança fracionada do tempo excedente.
Já o diretor de trânsito da Transalvador, Armando Filho, garantiu que o órgão se preocupa com a questão dos estacionamentos, mas admitiu que, por Salvador ser uma cidade muito grande e o volume de papéis circulando ser muito alto, "é normal que fraquejemos em algum ponto".
DOIS MINUTOS
Outra que considera injusta a atual cobrança nos estacionamentos privados é a "mãe" do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). Kátia Carmelo, que testemunhou que já passou pela situação de cobrarem uma hora inteira por ter ultrapassado apenas dois minutos no tempo estipulado, resolveu a situação de maneira distinta da grande maioria da população.
"A diferença é que eu tenho conhecimento. Chamei um auditor da Sefaz que verificou que o estacionamento não tinha alvará de funcionamento e ele multou a empresa. Não paguei porque é totalmente injusto esse tipo de cobrança", contou Kátia Carmelo.
O representante das empresas de estacionamento, Augusto Sampaio Júnior, que se apresentou apenas no fim do encontro, mostrou um lado totalmente diferente do que estava sendo apresentado e até concordou com um novo método de cobrança.
"Não somos os vilões como foi falado aqui. Pagamos um valor absurdo de aluguel para a prefeitura. Salvador é uma das capitais em que o estacionamento tem o valor mais baixo. Podemos sim conversar sobre o fracionamento da cobrança, desde que a prefeitura abaixe o valor do aluguel ou o preço do estacionamento se equipare com os de capitais como São Paulo e Rio", ponderou.