Política

EX-SECRETÁRIA DA RECEITA CONFIRMA ENCONTRO COM MINISTRA DILMA ROUSSEFF

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| 18/08/2009 às 12:16
Ex-secretária da Receira, Lina Vieira, e o senador Demóstenes Torres, no Senado
Foto: G1
  A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira confirmou em seu depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta terça-feira (18), que teve uma reunião secreta com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, onde ela teria pedido para "agilizar" a investigação das empresas do filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


  Ela começou falando de seu currículo profissional, e depois tocou no assunto pelo qual foi convidada à comissão. "Estou aqui como cidadã para prestar esclarecimentos sobre os fatos publicados pela imprensa que denunciam a possível interferência da ministra da Casa Civil em assuntos da Receita Federal", disse Lina.


"O encontro houve e reintero a entrevista que concedi ao jornal Folha de S. Paulo. A ministra-chefe da Casa Civil me chamou ao seu gabinete e nesse encontro, a sós, me pediu para agilizar investigações sobre o filho de Sarney (Fernando Sarney). Confirmei ao jornal e volto a confirmar aqui", afirmou Lina.

A ex-secretária negou que estivesse magoada por ter deixado o comando da Receita Federal. "Recebi como natural a minha exoneração e nao questionei em momento algum. Não há sentimento de mágoa por ter deixado o cargo de chefe da Receita Federal", afirmou Lina.

POLÊMICA

Lina também disse que não teve intenção de alimentar a polêmica com Dilma. "Não procurei o jornal. O que ocorreu é que fui procurada pelos repórteres para confirmar uma história. Não busquei, nem desejei essa exposição. Não vim a essa comissão fazer jogo de 'A' ou de 'B' ou alimentar polêmicas", disse.

A ex-secretária também afirmou que voltaria a confirmar a versão do suposto encontro com Dilma. "Tudo que foi dito, voltarei a repetir em qualquer instância", afirmou. 


Ela disse que aceitaria participar de uma acareação com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para falar do suposto encontro secreto. Lina também afirmou que não se sentiu pressionada por Dilma e entendeu que o pedido para "agilizar" o processo sobre Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), era para dar celeridade, "para concluir logo a investigação sobre o filho de Sarney".

Lina também admitiu não ter o registro da conversa na sua agenda. "As agendas já foram verificadas e não constou na minha agenda nem na da ministra. Mas não preciso de agenda para falar a verdade", afirmou a ex-secretária.