Política

LÍDER DO PT NA ASSEMBLEIA QUER CASA LEGISLATIVA MEDIANDO CRISE NA PM

Vide
| 11/08/2009 às 20:00
Líder do PT, Paulo Rangel, critica postura do capitão Tadeu (PSB) em municipalizar o debate
Foto: BJÁ
   A oposição na Assembleia Legislativa firmou hoje posição contra o movimento "Polícia Legal" da Polícia Militar. Discursando em nome do DEM, do PTN e da parte oposicionista do PR, o deputado democrata Carlos Gaban afirmou que, desde o primeiro momento, a bancada defendeu o entendimento entre a categoria e o governo.

  "Uma greve, mesmo que com outro nome, só prejudica a população. O movimento e a reivindicação são justas. Agora, o que não pode é os policiais quererem transformar a reivindicação em prejuízo à população", salientou o parlamentar situando que o fórum para resolver essa questão é a Assembleia, mais precisamente na Comissão de Segurança.

   O líder do PT, Paulo Rangel, criticou a postura do capitão Tadeu (PSB), segundo ele mentor e organizador do movimento Polícia Legal, de levar a mediação entre o goveno do Estado e a PM para a Câmara Municipal de Salvador.


   "Meu posicionamento é de decepção pelo que foi proposto por nosso colega, que não entende a abrangência da Assembléia e não entende que a Bahia não é Salvador. Chamar os vereadores da Câmara para mediar é um desrespeito à Assembléia".

   O deputado destacou o problema de segurança pública verificado no "Polígono da Maconha", no sertão baiano, para destacar que a questão da segurança atinge a todo o Estado. "Não se trata de uma crise na Guarda Municipal,mas na PM da Bahia. Qualquer mediação neste sentido não pode ser feita pelo Congresso Nacional, nem pela Câmara Municipal, mas por essa Casa", reclamou.


   REUNIÃO

  Os deputados da Oposição se reuniram hoje o soldado Marco Prisco Caldas Machado, presidente da associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra). Segundo Prisco, ele estaria recebendo ameaças de morte e exigência para que encerrasse o movimento imediatamente. 

  A denúncia, feita ontem ao deputado João Carlos Bacelar (PTN), foi reforçada hoje diante de 11 deputados estaduais e será formalizada amanhã, quarta-feira, dia 12, às 10h, em sessão da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembléia, presidida por Bacelar.

  "A denúncia é gravíssima e os líderes do movimento estarão formalizando tudo que denunciaram hoje na Comissão de Segurança Pública. Há denúncias ainda de prisões arbitrárias em Irecê e Santo Antônio de Jesus. Nosso interesse não é em apoiar lados, mas em solucionar da melhor forma possível esse impasse entre policiais militares e o governo, para evitar sofrimento à comunidade", disse o deputado.

  Para o deputado Paulo Rangel essa denúnica não tem o menor cabimento. "Não acredito que alguém tenha relacionado um assunto dessa natureza com o governo", comentou o líder do PT em plenário ressaltando a postura democrática do governador Wagner sempre aberto ao diálogo.

   FÓRUM E OAB

  Além de ofícios às Secretarias de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania e de Segurança Pública, bem como ao comando da Polícia Militar para que adotem as providências necessárias para apuração dos fatos, o líder da Oposição, deputado Heraldo Rocha (DEM) informou o caso ao Tribunal de Justiça da Bahia e a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional da Bahia.
 
  "Já deixei claro que o objetivo da Oposição não é politizar o movimento da PM, mas solucionar o impasse da melhor forma, diferente do que foi feito pelo PT no passado, quando insuflavam os quartéis, porque sempre quem sofre é a sociedade", enfatizou Bacelar. Rocha também convidou toda a Casa a estar presente a sessão da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública amanhã, às 10h.