Nessa entrevista, fala sobre suas ações na liderança do governo, o relacionamento com os vereadores da bancada peemedebista, perspectivas paras as eleições de 2010, decepções e metas que ainda deseja alcançar na vida pública.
Bahia Já - Qual o balanço que você faz da sua atuação como líder do governo nesses dois anos?
Sandoval Guimarães - Foram dois anos em que consegui cumprir com a responsabilidade que me foi dada. Ajudei na aprovação de vários projetos, fiz uso da palavra, quando necessário, para provar que os argumentos da oposição estavam errados e sempre lutei para que a cidade saísse do patamar de penúltima capital do ponto de vista orçamentário para, juntamente com o prefeito João Henrique, fazer com que a nossa capital desse um salto para melhorar suas condições. Continuarei lutando para conseguir melhorar as condições de vida dos nossos cidadãos.
Dentre os projetos mais importantes que consegui aprovar estão o IPTU, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), a reforma administrativa e o projeto do Fundo dos resíduos sólidos.
BJá - Muito se falou sobre o desgaste que aconteceu entre você e outros membros da situação que teria motivado a sua saída da liderança do governo. Em sua opinião, quais foram os fatores que determinaram o seu afastamento como líder da situação na Câmara Municipal?
S.G. - Tenho certeza que o problema não foi, de forma alguma, a minha atuação na liderança do governo na Câmara Municipal. Prova disso é que não está havendo sessões e não há acordo para a votação dos projetos. Tudo isso porque foram assumidos compromissos com alguns vereadores que estão demonstrando insatisfação por não terem seus interesses prontamente atendidos. E isso continua acontecendo mesmo com a troca de líder. A revolta dos vereadores na época que fui líder é a mesma de agora e, por isso, as votações estão emperradas na Casa Legislativa.
BJá - Como é a sua relação com os colegas de bancada? De alguma maneira, você acha que o desgaste que culminou na sua saída abalou a sua relação com os colegas de partido?
S.G. - Sou uma pessoa simples e humilde. Sempre tive educação e ética em todas as minhas atitudes. Tenho uma relação muito boa com todos os vereadores com exceção de um ou outro. Existem momentos que temos que ser duros e tomarmos atitudes firmes no encaminhamento das questões. Mas, no geral, tenho laços de amizades muito grandes entre os vereadores. Todos me cumprimentam, falam comigo cordialmente e me convidam para todos os eventos. Nunca tive nenhum tipo de problema com isso.
BJá - Acha que seu substituto como líder do governo na Câmara, o vereador Pedro Godinho (PMDB), tem o perfil de um bom líder do governo?
S.G. - Olha...Ele é um vereador que tem muita experiência e, inclusive, já foi presidente da Câmara Municipal. Só acho que ele tem que lutar junto ao Poder Executivo para que possa reunir as condições necessárias para fazer um bom trabalho à frente da liderança da situação.
BJá - Você citou o Plano Direto de Desenvolvimento Urbano (PDDU) como um dos projetos mais importantes que foram aprovados sob a sua liderança. Acha que o PDDU, do jeito que foi elaborado, vai contribuir efetivamente para o crescimento sustentável da cidade?
S.G. - O PDDU é um projeto de médio a longo prazo e nada impede que melhorias e adaptações sejam feitas. A sua aprovação trouxe novos vetores de crescimento para a cidade. Só tínhamos o turismo como vetor de crescimento. Com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano houve um desenvolvimento de vários setores da cidade, diminuição do desemprego e, consequentemente, uma melhor distribuição de renda, o que melhorou a vida principalmente das classes menos favorecidas de nossa cidade.
BJá - Você foi um dos maiores responsáveis pela tentativa de criação de uma Comissão Especial de Inquérito para apurar possíveis irregularidades no âmbito da saúde municipal...
S.G. - Exatamente! Ano passado reuni assinaturas e faltou apenas uma para que a Comissão de investigação fosse implantada. Só não saiu do papel graças a um acordo político que impediu a implantação. Agora vivemos um momento diferente e esse assunto voltou à tona. Vamos ver no que vai dar dessa vez.
BJá - Sobre a atual conjuntura política visando às eleições do próximo ano, em sua opinião, o Ministro Geddel Vieira Lima tem força suficiente para desbancar Wagner e Paulo Souto e se tornar governador da Bahia?
S.G. - Nesse processo é a hora e a vez de Geddel. O cavalo já está selado. O bonde está passando e ele tem que "pongar". Sempre lutei pelo crescimento do PMDB e estamos de mangas arregaçadas para conseguir esse objetivo. Esse é o momento ideal para termos o governo da Bahia. Ele sempre lutou para trazer para melhorias para a capital e para o interior. E o sentimento em toda a Bahia é que Geddel é o homem certo para governar o estado.
Tenho certeza que, se por acaso, Geddel se candidatasse ao senado para apoiar o governo Wagner, não receberíamos os votos do PT. Exemplo disso foi quando o Partido dos Trabalhadores saiu do governo à véspera das eleições passadas e traiu o governo.
A candidatura do melhor Ministro do Brasil , palavras do próprio presidente Lula, já está lançada e vamos lutar para que ele se torne o governador da Bahia.
BJá - Qual foi a sua maior decepção na vida pública?
S.G. - Foi em 1988 quando Waldir Pires, um homem que eu considero de bem, renunciou a sua atuação como governador para ser vice na chapa de Ulissses, quando Nilo Coelho assumiu. Isso me deixou uma marca até hoje. Waldir sempre foi um grande homem e uma atitude como aquela marca a vida de um político.
BJá - Até onde você pretende chegar como político? Qual é a sua meta?
S.G. - Até onde o povo baiano confiar no meu trabalho, na minha honestidade e nos meus ideais. Espero que minha experiência de mais de trinta anos na vida pública continue contribuindo para a população. Sou mais um soldado que continuarei lutando para diminuir as desigualdades sociais do nosso povo.