Política

GOVERNADORES DO NORDESTE QUEREM FUNDO GARANTIDOR OBRAS COPA 2014

O encontro aconteceu em João Pessoa, Paraiba
| 10/07/2009 às 19:00
Governador Wagner teve proposta para cultura aprovada por unanimidade pelos colegas
Foto: Manu Dias

  Os preparativos para a Copa 2014 e investimentos em cultura foram os assuntos predominantes na pauta do XI Fórum de Governadores do Nordeste, nesta sexta-feira (10), em João Pessoa (PB). Desde a reunião preparatória, realizada na véspera, com secretários estaduais de Fazenda, Planejamento, Casa Civil, Turismo, Esportes, Infraestrutura e Cultura, houve consenso de que o fato de quatro capitais nordestinas sediarem jogos da Copa terá reflexos positivos para o turismo de toda o Nordeste.


  Os governadores pretendem convencer o governo federal a aportar recursos do Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo) para investir em infraestrutura e qualificação, dentro do esforço de preparação para a competição. O governador Jaques Wagner ratificou sua proposta de criação de um fundo garantidor, pelo governo federal, para "criar o melhor ambiente institucional possível para atração de investidores privados para a construção dos estádios".

    A grande expectativa dos governadores é o chamado PAC Mobilidade Urbana, que prevê os maiores investimentos para dotar as cidades-sede de infraestrutura viária e transporte público exigidos pela FIFA. A preocupação em cumprir o rigoroso cronograma de trabalho estabelecido pela organização da Copa 2014 levou os dirigentes estaduais a propor a criação de uma instância regional para debater os problemas e soluções para cumprir todas as obrigações assumidas com a FIFA.

   Para que todos os estados possam colher resultados, os governadores vão continuar trabalhando pela reestruturação da malha aeroviária regional, já que o Nordeste é a região com menor cobertura de vôos regionais.


Financiamento da cultura deve estimular a diversidade


  Nos debates sobre financiamento da cultura, o governador baiano defendeu a busca de equilíbrio na distribuição dos recursos públicos e captados junto à iniciativa privada, entre ações de fomento e o apoio aos produtores culturais que atuam profissionalmente.

  "Uma coisa não exclui a outra, e uma política cultural pode se dedicar prioritariamente ao fomento, para estimular a diversidade cultural e o surgimento de novos talentos, sem deixar de apoiar aqueles que escolheram essa atividade como profissão", disse Wagner, convicto de que o setor pode ter importância cada vez maior na economia de uma cidade como Salvador.

   O ministro da Cultura, Juca Ferreira, apresentou sua proposta de revisão da Lei Rouanet. Segundo Juca, "a Lei Rouanet não conseguiu criar um mecenato no Brasil". Para o ministro, a lei de incentivo precisa ser atualizada incorporando, entre outras alterações, a destinação de 2% do orçamento da União para o Fundo Nacional da Cultura e o direcionamento de 49% de seus recursos para os fundos estaduais e municipais.


   Para transformar o Fundo Nacional em um fundo vinculado, com recursos orçamentários previamente definidos para a área, será necessário aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional o que exige votos favoráveis de 308 deputados e 54 senadores.

   Wagner propôs, e teve aprovada por unanimidade, uma moção de apoio à proposta do ministro e reivindicação para que haja descentralização na seleção dos projetos a serem financiados pelo Fundo. No texto aprovado, ele pede ainda que os demais governadores nordestinos mobilizem suas respectivas bancadas federais para assegurar a reformulação proposta pelo Ministério da Cultura.