O primeiro Encontro Regional do PMDB realizado nesta segunda-feira, 18, no auditório do Othon Palace terminou como começou: em clima de campanha com integrantes deste partido, à unanimidade, defendendo candidatura própria para governador, em 2010. O ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, maior liderança do partido e provável candidato a governador deixou o hotel satisfeitíssimo.

   Mas, em momento algum, como aliás era de se esperar, não falou diretamente numa candidatura a governador e deixou claro que continua aberto ao entendimento, ao diálogo, desde que o jogo seja feito às claras. Isto é, não aceita críticas e/ou alfinetadas de integrantes do PT, nem de membros do governo, porque tem se comportado de maneira leal e com um jogo muito franco.

  Quando a uma candidatura própria a governador o ministro disse ao BJá que "a criança tem 9 meses para nascer e não precisa ter pressa". Mas, fez a ressalva de que o seu partido é quem vai decidir. E, obviamente, está disposo a ir à luta se assim for a vontade do PMDB.

   Há quem defenda, no entanto, que esta data seria setembro deste ano como assim deseja o vice-governador, Edmundo Pereira.

   BEM CALCULADO

   Geddel fez um pronunciamento milimetricamente calculado.

   Fez duras críticas a gestão do governo Wagner, nas áreas de segurança, educação e saúde, sobretudo, foi bastante ovacionado e o clima de campanha tomou conta do local com aproximadamente 1.500 pessoas participando, em especial, lideranças do interior do estado, deputados estaduais e federais, o prefeito de Salvador, e vereadores da capital, entre eles, o presidente da casa, Alan Sanches.

  "Nessa trincheira combati sempre o bom combate, sabedor das minhas limitações e defeitos, mas procurando cultivar o que Deus me deu, que é a coragem de me expor. Não há melhor caminho de convencimento do que a clareza e a exposição de idéias", afirmou o ministro para quem a história do partido está ligada às histórias do Brasil e da Bahia, terra onde ele nasceu e onde pretende ser enterrado.

  Para o presidente regional do partido, Lúcio Vieira Lima, "não é pelo fato de participarmos do governo Wagner que estamos obrigados a sua reeleição. Até porque fomos convidados a participar dele com o intuito de garantir a governabilidade. Não para fazer uma fusão que nos deixe amararrados pelo resto da vida, o que nos tiraria a liberdade do nosso partido de defender os interesses do povo da Bahia", frisou.

  Para o ex-prefeito de Juazeiro, Misael Aguilar, o partido deu uma demonstração de força e organização neste primeiro encontro e haverá, no decorrer do processo, um crescendo nessa direção, com uma candidatura própria para 2010.

  O presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Alan Sanches, que vai a Brasília na terça-feira, 19, protestar contra possíveis cortes de verbas nas Câmaras Muncipais diante da PEC que se encontra no Congresso, disse que o PMDB tem tudo para ter seu candidato em 2010. 

  Esse foi o clima com balões, claques, jingle e até marca do PMDB 2010. 

  A pré-campanha do PMDB está lançada. A continuar nesse ritmo, com DEM, PSDB e o PT se movimentando teremos, em 2010, uma das mais emocionantes campanhas da história política da Bahia.
 
  AGENDA

O evento começou por volta das 10h com a formação da mesa composta por Lúcio Vieira Lima, o secretário-Geral do PMDB, Genebaldo Correa, o vice Michel Hagge Filho, o secretário adjunto Pedro Tavares, o tesoureiro Leonardo Américo, os membros da executiva  Juvenal Maynart, Renato Costa, Leur Lomanto, Fábio Motta e o presidente da UPB- União dos Municípios da Bahia, Roberto Maia.

Depois da chegada de Geddel e de João Henrique outros nomes foram chamados a compor a mesa entre os quais o vice-governador Edmundo PereiRA, os deputados estaduais Ferreira Ottomar, Joélcio Martins, Luciano Simões, Artur Maia, Marizete Pereira, Virgínia Hagge e a deputada Antonia Pedrosa, do PRP.

Lúcio Vieira Lima explicou a importância dos encontros, que servirão para consultar  as bases  sobre as diretrizes do partido em 2010, ressaltando que caberá a elas decidir o rumo do PMDB. O secretário-geral também enfatizou a caminhada que será realizada no interior da Bahia e afirmou que o PMDB dispõe de dois pontos fundamentais para as eleições do ano que vem: tem um partido forte e um grande candidato, que na sua opinião é Geddel Vieira Lima.

Um filme contando a trajetória do PMDB, desde a sua formação, como MDB, até os dias atuais, enfrentando a ditadura e dando guarida às diversas tendências da esquerda, foi apresentado durante o evento, emocionando os presentes e levando algumas pessoas às lágrimas.

O professor Domingos Santana, coordenador do evento, conclamou os militantes e filiados do partido a terem orgulho de serem parte do PMDB, franqueando a palavra ao público que se revezou no microfone e mostrou uma pré-disposição a decidir por uma candidatura própria. "Aqui, não vamos tomar decisões aqui; não vamos colher votos. Vamos colher opinião", alertou Genebaldo.

A determinação do secretário-geral não foi  seguida, e muitos dos prefeitos e lideranças que discursaram defenderam o direito do partido ter uma candidatura própria, e lançaram o nome do ministro Geddel Vieira Lima.

A reunião, que deveria ter tido um intervalo ao meio-dia, acabou seguindo direto até às 14h30 por vontade do animado plenário. Após o encerramento foi servido um coffee break aos participantes.