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Neto, durante a campanha, diz que apresentou boas propostas para a cidade (F/Max Haack)
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O deputado ACM Neto (DEM) embarca nesta terça-feira (7) para Brasília, onde vai discutir com lideranças nacionais do seu partido, do PR e de outras siglas aliadas que posição tomar no segundo turno das eleições em Salvador.
Neto, que é líder do Democratas na Câmara Federal, já conversou com os ex-governadores Paulo Souto, presidente estadual da legenda, e César Borges, que comanda o PR na Bahia, mas nenhuma posição foi tomada.
O democrata contou, em coletiva hoje (dia 6) à imprensa, concedida no escritório político de Ondina, que já foi procurado por lideranças tanto do PT quanto do PMDB.
"A priori, não trabalho com o veto a ninguém. Não faço a política da exclusão, por isso não me fecho a dialogar com ninguém", salientou ACM Neto, que também poderá tomar a decisão de ficar neutro na disputa do segundo turno.
"Será uma decisão muito mais comprometida com a cidade e em respeito aos meus eleitores e não vinculada a projetos de poder, inclusive para 2010. Trouxe novidades e propostas novas nessas eleições, e quero discutir qual o candidato aceita incorporar algumas delas", acrescentou, citando como exemplo a questão da Segurança Pública.
PARTICIPAÇÃO, NÃ
ACM Neto assegurou que não tem interesse em discutir participação no futuro governo municipal. "Condenei essa prática e não vou adotá-la. Acho que o futuro prefeito tem de trabalhar com os melhores quadros, sem apelar para o loteamento político da prefeitura", frisou.
"Deixamos uma marca forte nessa campanha, e uma delas foi a de condenar velhas práticas da política. Construímos um projeto competitivo e viável, o que ninguém esperava tão pouco tempo após a morte do senador Antonio Carlos Magalhães. Isso nos deixa com o sentimento de dever cumprido".
O democrata apontou duas razões para não ter ido ao segundo turno. "Primeiro a eleição era de quatro e acabou sendo disputada por apenas três candidatos. Ninguém esperava que o candidato do PSDB fosse diminuir tanto sua densidade, que fosse cair tanto.
- Ninguém imaginava que, com o percentual que eu tive (26.6%), dentro do que previam as pesquisas, ficássemos de fora do segundo turno. Porém, o candidato do PSDB caiu demais. E como ele me atacou, os votos que saíram dele não migraram para mim, mas para os outros dois adversários.
- Em segundo lugar, enfrentei as máquinas dos governos federal, estadual e municipal, e isso numa cidade como Salvador, marcada pela pobreza, faz muita diferença".
Futuro
Neto afirmou que a sua prioridade agora é construir um projeto de poder para o Democratas em 2010, tanto estadual quanto nacional. Ele disse que ainda é muito cedo para falar em nomes do partido para a disputa do governo da Bahia. "No meu caso, não tenho nenhuma pretensão pessoal disso, como não tive em relação à prefeitura. Além do mais, tem muita gente na frente no meu partido", declarou.
O democrata afirmou não temer o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) na disputa pelo governo em 2010. "Pode ser até que a gente esteja junto. Nunca se sabe", comentou. ACM Neto afirmou ainda o desempenho do Democratas na Bahia foi satisfatório, pois o partido venceu em cidades importantes como Feira de Santana, Itabuna e Paulo Afonso.
"Não houve nenhuma onda vermelha. O que houve foi o equilíbrio de forças. Esperava-se, por exemplo, que o PMDB fosse ganhar na esmagadora maioria dos municípios do estado, o que não aconteceu".
ACM Neto lembrou que o Democratas disputou a sua primeira eleição com candidatos jovens e que, como ele, têm grande futuro a médio e longo prazos. "Demonstramos capacidade de enfrentamento", enfatizou. "No caso de Salvador, nossa campanha foi elogiada até por adversários. Fizemos o melhor e não cometemos erros. Estou com a consciência tranqüila porque fiz uma campanha limpa e diferente".