O líder do Democratas na Assembléia Legislativa, deputado Heraldo Rocha, cobrou hoje, mais uma promessa não cumprida feita pelo governo do Estado: o mutirão de cirurgias de média e alta complexidades anunciado há quase um mês pela Secretaria Estadual da Saúde.

 "Parece que se trata de mais um factóide governamental, ou seja, um procedimento costumeiramente usado pelo governo estadual para gerar deliberadamente um impacto diante da opinião pública", afirmou o democrata.

  De acordo com Rocha, o ato criado pela Sesab pretendia beneficiar, de imediato, mais de dois mil pacientes internados em urgência/emergência em hospitais da rede estadual ou inseridos nas filas ambulatoriais de serviços especializados. Para tanto, foi anunciada a contratação de mais de dois mil procedimentos cirúrgicos (a um custo de mais de R$17 milhões) junto a diversos hospitais.

"Antes mesmo da assinatura do contrato, nós alertamos, em pronunciamentos feitos no plenário da Assembléia Legislativa, que iríamos acompanhar de perto esse projeto, e é o que estamos fazendo agora", assegurou o parlamentar.

"Naquela ocasião - lembrou Heraldo Rocha - ponderamos que o mutirão da Sesab, por utilizar a estrutura da rede privada (o que é muito natural em qualquer gestão pública), o governo baiano estaria, em outras palavras, reconhecendo que o sistema público de Saúde está em colapso, realidade essa que, há muito tempo, vem sendo denunciada pela Oposição na AL, fruto da falta de gestão na área de Saúde", disse.
 
DISCURSO

Para Rocha, o fato da Sesab utilizar entidades privadas credenciadas ou não ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o mutirão, é aceitável e perfeitamente compreensível, uma vez que essa rede de hospitais existe para cumprir a função de assistência médica à população. "O que os atuais dirigentes estaduais tem que reconhecer é a grande incoerência do discurso que faziam no passado, quando a contratação de entidades privadas pelo Estado era condenada pelo PT e aliados.

A verdade é que, atualmente, os pacientes internados nos hospitais públicos aguardando cirurgias de diversos tipos, a exemplo de procedimentos cardíacos, estão sem atendimento e à própria sorte nos leitos hospitalares, o que comprova a grave situação da saúde pública no Estado", enfatizou. "Esperamos que o tão propalado Mutirão de Cirurgias anunciado pela Sesab, promovido em pleno período eleitoral, não tenha sido elaborado com propósitos específicos.

Mas caso tenha sido essa a intensão - com a superlotação dos hospitais - caiu por terra toda a estratégia já que não teve o efeito esperado", constatou Heraldo Rocha. "Sabemos que em situações emergenciais, especialmente na área médica, deve-se encontrar alternativas imediatas para o seu equacionamento. Por isso mesmo não somos contra a realização dos mutirões, não somos contra o convênio com instituições privadas.

Apenas estamos curiosos em saber quando, efetivamente, será iniciado o mutirão e se ele atingirá as metas propostas", completou. Segundo o deputado, mais uma vez o que se vê é q queda de mais uma máscara ideológica do PT e aliados na área da saúde, em relação à criação das fundações públicas de Saúde. "Cada vez mais se torna inócuo esse plano, uma vez que o Estado, diante da estrutura montada para a formatação do mutirão de cirurgias, reconhece que o sistema amplamente difundido pela Sesab não poderia ir adiante, o que agrava a situação enfrentada pelo setor", concluiu o parlamentar.