O secretário afirmou também ao jornal que a prefeitura pretende licitar a execução da obra e que o Instituto Brasil teria um "entendimento equivocado" ao pretender administrar os recursos municipais.
"O secretário é que não está entendendo o caráter do projeto", contestou Paiva. Ela disse que o governo federal repassou cerca de R$ 9 milhões para as entidades proponentes; que o governo do Estado repassou mais de R$ 2 milhões e só a prefeitura criou dificuldades para fazer o repasse que lhe era devido, de R$ 240 mil. "Ora, se somos capazes de gerir cerca de R$ 12 milhões, por que não seríamos capazes de gerir os R$ 240 mil que deveriam ser repassados pela prefeitura?", perguntou Dalva Paiva.
Apesar do secretário afirmar ao jornal que a prefeitura é "parceira da concepção do projeto", a realidade dos fatos desmente tal afirmação. O projeto foi concebido por um arquiteto independente, contratado pelas entidades proponentes, e o atual secretário de Habitação jamais concedeu audiência às entidades, apesar de ter havido várias solicitações com este objetivo.
Dalva Paiva disse que passou quatro meses solicitando, sem êxito, uma audiência ao atual secretário municipal de Habitação para tentar viabilizar a cooperação da prefeitura ao projeto. A audiência só foi marcada pelo secretário depois de uma manifestação pública organizada pelo Movimento dos Sem-Teto de Salvador (MSTS).