Política

VEREADOR QUER MARIA FELIPE NO CORTEJO DA INDEPENDÊNCIA DA BAHIA

E só
| 14/09/2008 às 15:22

  Com o objetivo de reforçar a participação dos negros e afro-descendentes na luta pela independência da Bahia, que consolidou a independência do Brasil, o vereador Gilberto José (PDT) propôs, através do projeto de Indicação nº 88/08, "a inclusão do símbolo étnico Maria Felipa de Oliveira no Cortejo Oficial do Dois de Julho".


  Na proposição, apresentada dia 3 de setembro na Câmara Municipal, ele sugere à prefeitura, além do reconhecimento de Felipa como representante da luta dos negros na Independência da Bahia, a colocação de uma imagem figurativa (busto) em homenagem a Maria Felipa no Terminal Marítimo de Salvador.


  "A memória coletiva traz a presença e a força da luta dos negros na independência da Bahia e Maria Felipa de Oliveira revela o heroísmo de homens negros e mulheres negras em situações diversas de luta. Pelos seus feitos na Ilha de Itaparica, tornou-se um símbolo do lugar revelando-se para o mundo", argumenta Gilberto José. Ele justifica que a festividade do Dois de Julho, com o resgate da representação dos afro-descendentes, fortalecerá o significado e o sentido da identidade étnica.


A HISTÓRIA


Lendária por ter defendido a independência da Bahia no século XIX, liderando 40 mulheres que queimaram 42 barcos invasores portugueses na costa da Ilha de Itaparica, a marisqueira Maria Felipa é pouco lembrada pela história oficial do país. Quando a ilha foi assaltada pelos portugueses, em 10 de junho de 1822, Maria Felipa morava na antiga Rua da Gameleira, na povoação de Ponta das Baleias. Assim que foi organizada a resistência, ela se apresentou como voluntária e atuou tanto como guerreira, liderando os combates, quanto como enfermeira, socorrendo os feridos em plena luta.


Exímia capoeirista, ela costumava remar sua canoa de Itaparica até o Cais Dourado, em Salvador, para jogar capoeira de Angola com os lutadores da cidade, aproveitando para colher informações sobre as manobras dos portugueses na capital, com o objetivo de reforçar as estratégias da resistência. Era também espiã de guerra, enganando a vigilância portuguesa. Há quem afirme que Maria Felipa seja a lendária capoeirista Maria Doze Homens, que inspirou Jorge Amado na criação da personagem Rosa Palmeirão, do romance Mar Morto.


COMENTÁRIO
BAHIA JÁ

Maria Felipa é uma peça de ficação da literatura. As lutas pela independência da Bahia em Itaparica são mal contas. Uma piada. Dizer que mulheres enfrentaram tropas portuguesas com ramos de cansanção é uma invenção.