Começou há pouco uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, no Palácio do Planalto, para discutir o caso das escutas ilegais que teriam sido feitas por integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nos telefones do presidente do Supremo.
Uma reportagem publicada pela revista "Veja" no final de semana monstrou uma conversa gravada entre o ministro e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO repassada à revista por um servidor da própria Abin.
O presidente do Supremo cancelou uma viagem que faria à Coréia do Sul por conta da crise aberta com a divulgação do caso. Participam também da reunião desta manhã de segunda-feira (1) os ministros Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto e o diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda.
O vice-presidente da República, José Alencar, disse no domingo (31), durante visita à Expointer, feira agropecuária em Esteio (RS), que considera "abomináveis as escutas de qualquer natureza". Alencar afirmou ser contra as escutas telefônicas de qualquer espécie. "Temos que dar um jeito de acabar com essas escutas", afirmou.
Entre os grampeados estariam também o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), e os senadores do PSDB Arthur Virgílio (AM), Tasso Jereissatti (CE) e Álvaro Dias (PR).
O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou no domingo que a Câmara pode convidar um representante da Abin para prestar esclarecimentos sobre o suposto grampo telefônico.
A Abin anunciou no sábado (30), por intermédio de nota oficial, que abrirá uma sindicância interna para apurar "o possível envolvimento de servidores da Agência nos fatos noticiados". A Polícia Federal informou que também vai analisar o caso.