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Pinheiro, Hilton, Arnando (mediador), João, Imbassahy e Neto no debate (Foto/Divulgação)
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O segundo debate entre os candidatos a prefeito de Salvador realizado pela Band Bahia na noite da quinta-feira, 28, das 22h às 23h59min, foi melhor do que o primeiro.
Os candidatos estiveram mais soltos, mais ousados, e desta feita não faltaram farpas coletivas, especialmente entre Hilton Coelho, PSOL, x Walter Pinheiro, PT; ACM Neto, Democratas x João Henrique, PMDB; e Imbassahy x João Henrique, PMDB, ou mesmo na divergência entre Imbassahy x Neto em relação a questão da segurança na capital.
Salvo uma pergunta deselegante de Hilton a ACM Neto, rechaçada em bons modos pelo Democrata, no mais o debate se processou em elevado nível e o mediador, Arnaldo Ferreira, não teve dificuldades para conduzir o programa. Os candidatos também não solicitaram direitos de resposta porque não houve agressões de parte a parte.
Do ponto de vista da objetividade o mais centrado foi ACM Neto, nas perguntas e nas respostas. Não perdeu tempo com firulas e colocou o ponto forte de sua campanha, as propostas sobre a segurança pública de forma didática, apesar da polêmica com Imbassahy que considera o seu projeto acessório do Big Brother Bairro (monitoramento eletrônico) como ilusório.
O candidato do PMDB, João Henrique, também saiu-se melhor do que no primeiro debate focando as questões em torno das coisas boas que fez na Prefeitura de Salvador, dando números e indicadores. João, no entanto, falhou no momento de dar sequência as propostas futuras para um segundo mandato. São muito generalistas, sem uma diretriz. Passou pouca credibilidade ao telespectador.
Walter Pinheiro, do PT, esteve mais duro na teleinha do que no primeiro debate, quando se apresentou com uma postura mais descontraída. Pinheiro, desta feita, sofreu pressões de todos os lados, teve que se virar nos 30 para responder sobre a participação do PT na gestão João Henrique e se sustentou, em propostas e na sua experiência como parlamentar, no guarda chuva de Wagner/Lula. Esse tem sido o ponto forte de sua participação.
Imbassahy, do PSDB, poderia ser mais objetivo. Precisa ser mais direto. Quando o fez, explicando as exonerações dos 4.756 servidores irregulares da Limpurb e nas respostas diretas na tréplica a Neto (é preciso ter a cabeça no futuro e no lugar) se saiu melhor. Imbassahy também poderia ter fustigado mais o prefeito JH, o qual, espinafrou-o o quanto pode. Ainda assim, esteve melhor do que no primeiro debate e sua resposta sobre o dinheiro (R$65 milhões) que deixou na Caixa Econômica, como reserva para JH desarmou o prefeito.
Franco atirador no debate, Hilton Coelho, do PSOL, não perdoou nenhum dos candidatos. Acha-os todos farinha do mesmo saco e sentou a tamanca no governo Lula e na sua preferência - segundo o candidato - pelos banqueiros. Suas propostas são inconsistentes, generalíssimas, mas, ainda assim é o candidato que está tirando melhor proveito dos debates. Passou a ser conhecido da cidade e pode ser o Da Luz (em votos) destas eleições.
O debate serviu também para revelar que, na hipótese de segundo turno, os quatro candidatos competitivos estão muito distantes uns dos outros.
A pergunta de João Henrique para Pinheiro duvidando de sua autenticidade como militante do PT de Lula, as farpas entre Imbassahy x Neto sobre o BBB, e entre João Henrique x Neto sobre a capacidade gerencial do atual prefeito mostram que todos lutam para chegar ao segundo turno, sem compadrio.
A parte mais tensa do debate (e também a mais dura) foi quando João Henrique disse que o PT traiu (não a ele), mas ao povo de Salvador por ter abandonando a gestão e a cidade. Pinheiro, no final, ainda tentou consertar afirmando que a traição foi do método joanino de governar e não do PT. Mas, o carimbo ficou no PT e deve suscitar novas querelas.
No debate ficaram claras as divergências de propostas e postura política dos candidatos, as relações Lula/Wagner (Pinheiro), Lula/Geddel (João Henrique), fora modelo Lula/Wagner (Hilton Coelho), trabalho e independência para tratar com os governantes (ACM Neto), e governador Wagner (Imbassahy).
Os candidatos também, desta feita, não esqueceram dos telespectadores e pediram o voto diretamente ao eleitor, salvo exceções.
Falar com quem está assistindo, sempre é bom lembrar, é importantíssimo.