O candidato a prefeito Walter Pinheiro disse que vai criar a Secretaria dos Direitos da Mulher, visando atender a parcela que representa 52% da população da capital baiana e que será prioridade em todas as políticas municipais da sua gestão. O anúncio da proposta da nova pasta foi feito durante o lançamento da plataforma de governo coligação "Salvador-Bahia- Brasil" (PT, PSB, PC do B, PV), realizado ontem (22) à noite, no Museu Eugênio Teixeira Leal, no Pelourinho, que aglutinou militantes e a maior parte das 33 candidatas a vereadora dos partidos coligados.
"O movimento de mulheres não vai bater na porta da prefeitura para cobrar ações, porque estará dentro dela", declarou Pinheiro, que destacou especialmente a importância de ter a deputada Lídice da Mata na sua chapa, a única dessas eleições com representação feminina. "Vamos compartilhar a nossa gestão como prefeito, porque temos uma vice que é uma companheira histórica", afirmou, depois de falar da satisfação de fazer a campanha ao lado da deputada que tem participado com "muita garra, senso crítico e companheirismo".
Quanto à plataforma para as mulheres, Pinheiro frisou que as políticas públicas direcionadas a elas se darão sobretudo na transversalidade das ações das secretarias das diversas áreas: "Não dá para falar de saúde, educação, economia, geração de emprego e renda, sem ter essa bandeira, sem que a questão da mulher não seja prioritária", defendeu o candidato que por várias vezes foi interrompido por aplausos da platéia que o saudou cantando o refrão do jingle da campanha.
Cota também no parlamento
Lídice da Mata falou antes de Pinheiro que as mulheres "são os olhos e ouvidos da cidade" e que "nenhum prefeito pode governar sem nos ouvir, porque sabemos quando o posto de saúde não está funcionando, assim como a escola, a limpeza e tudo na cidade". Além dos candidatos majoritários, participaram da mesa do evento a secretária estadual do movimento de mulheres do PT, Rita Rodrigues; Julieta Palmeira , do PC do B; Maria Helena, ex-superintendente de Política para as Mulheres em Salvador; e Ana Celeste Pinheiro, mulher do candidato.
Pinheiro e Lídice defenderam a definição de cotas para a participação das mulheres não apenas na composição das chapas proporcionais, como também nas cadeiras disponíveis nos parlamentos, proporcionais à representação delas na população, o que em Salvador significaria 21 das 41 vagas para vereador. "Temos que lutar pela participação igualitária nos parlamentos", propôs a vice.
O candidato observou que quando foi vereador havia apenas uma mulher na Câmara Municipal, Iolanda Pires, e agora são três parlamentares. Em seguida, Pinheiro arriscou um palpite otimista: "Depois das apresentações das nossas candidatas da coligação, que vieram dos diversos segmentos, dos movimentos sociais, de diferentes profissões e com a capacidade de disputa política que têm, tenho certeza que vamos mais do que triplicar a nossa bancada de mulheres".