São as sabáticas
Obra de sepultamento do Rio dos Seixos, Avenida Centenário, na zona "nobre" (F/BJá)
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Miudinhas Globais:
1. A ironia do destino é uma coisa séria. O prefeito João Henrique (PMDB) tem dito que seu governo trabalha, preferencialmente, para os mais pobres. E, pra apoquentar a vida de Imbassahy, alfineta-o sempre dizendo que o "governo dele" deu prioridade aos ricos.
2. Agora, veja bem: a maior e mais cara obra do governo João Henrique, financiada pelo governo federal através do Ministério das Cidades, a macrodrenagem da Avenida Centenário, algo em torno de R$28 milhões, beneficia exatamente uma área da cidade onde moram os chamados ricos.
3. É verdade que, ao longo da Centenário existem dois enclaves da pobreza: a Roça da Sabina e o Calabar. Mas, essas duas comunidades são pouco beneficiadas pela obra, pois, seus problemas são outros, no segmento básico - atendimento à saúde, escolas, empregos e segurança.
4. Daí que, embora a Prefeitura também faça obras nos bairros populares (a população desses locais detesta que chame bairros periféricos), a afirmação de que prioriza-se os pobres não é verdadeira. Outra obra - até polêmica - no Porto da Barra e Farol também beneficia os tais ricos.
5. A rigor, essa história de ricos na Bahia é uma piada. Ricos mesmo são meia dúzia contados nos dedos. E só. Nos hangares da capital baiana, salvo melhor juízo, só existe 1 ou 2 jatinhos de personalidades baianas. Iate, do estilo Lady Laura de Roberto Carlos, não tem nenhum. Jaguar - aquele carros dos endinheirados - tem três.
6. Então, em Salvador não existem ricos. Há uma classe média alta, os chamados remediados, e alguns endinheirados de ocasião também chamados de novos ricos. Mas, com esses, todo cuidado é pouco. Novo rico é um perigo. Tem um deles que deve horrores na praça, porém, com lancha estacionada na Marina de Sêo Loureiro.
7. Dos cinco candidados a prefeito de Salvador, exceto Hilton Coelho, os demais são classe média alta, os quais, na classificação deles próprios são ricos. Um mora no Morro do Gato, o outro na Valdemar Falcão, outro em Alphavile, outro na Pituba, de sorte que falam em defesa dos pobres, mas, ninguém mora no Subúrbio Ferroviário e veraneia em São Tomé de Paripe.
8. É preciso, portanto, acabar com essa demagogia barata.
9. Outra coisa: pobre detesta ser chamado de pobre. Outro dia comprei um celular na Vivo, fiado, desses de 300 contos e minha empregada disse o seguinte: - Que coisa de pobre, nem eu. De sorte que, como já havia dito Joãozinho 30 há anos, pobre gosta de luxo, de riqueza.
10. Outra coisa curiosa: os releases que os candidatos mandam para a imprensa, diariamente, tem cada declaração de populares uma beleza. A direção é sempre a mesma: - Dona Maria, moradora aqui da Saramandaia, diz que fulano é o melhor pra governar Salvador por isso e por aquilo, o mais preparado e coisa e tal.
11. Pensam que nosotros que recebemos os releases somos abobalhados.
12. Essa veio de um leitor: Diego Hipólito, o ginasta brasileiro que caiu de bunda na final do solo, pediu desculpas à Nação por seu erro. Afinal de contas é patrocinado por nosso dinheiro, da Caixa Econômica Federal. Sugiro, pois, que políticos que não honram seus mandatos deveriam pedir desculpas à Nação, na TV.
13. Seria criado um horário gratuito da desculpa nacional.
14. O Vitória está descendo a ladeira, degrau a degrau. Já é o oitavo.
15. Se for pra valer esse negócio de acabar com o nepotismo cruzado, vai sair é gente do governo do Estado. E da Prefeitura também. Da Câmara Municipal de Salvador, idem-idem.
16. A CBF deveria colocar Bernardinho para dirigir a seleção de futebol e Dunga para a seleção de volei.
17. A propaganda do Energil C na Tv é fantástica. O professor não sabe tocar violão, mas, convence o telespectador a tomar um Energil.
18. Socorro! A propaganda com Barack Obama é do novo Correio da Bahia que, a partir de quarta-feira, 27, tem novo formato e modelagem e passa a ser apenas Correio. De Salvador para o mundo.