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ALBA terá paridade nas comissões temáticas entre governo e oposição 4x4 votos (Foto/BJá)
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A bancada do Partido Republicano (PR) composta por seis deputados - Elmar Nascimento, Gilberto Brito, Ângelo Coronel, Pedro Alcântara, Sandro Régis e Ivo de Assis - e mais os deputados Fernando Torres e Jurandir Oliveira, do PRTB, protocolaram ofícios na Mesa Diretora da Assembléia Legislativa nesta terça-feira, 4, requerendo o afastamento da bancada do governo. Com isso, a correlação de forças se altera na Casa, sobretudo nas comissões quando o placar fica, a partir de agora, 4x4 votos.
O PR, a rigor, fazia parte do chamado "Grupo Independente" juntamente com o PP constituindo-se, assim, por 11 deputados. Mas, a partir da decisão de hoje, continuará integrando a bancada independente, mas com a cara de oposição, a qual, tinha 13 deputados e agora passa a contar (em tese) com 21 deputados. A expectativa é de que, somados aos 9 deputados que ainda integram a bancada governista, o placar na ALBA se iguale em 30 x 30 deputados das duas bases.
Para o deputado Elmar Nascimento, PR, que comunicou a decisão no plenário agora há pouco, as matérias nas principais comissões da Casa - Justiça, Educação, Finanças - "a partir de agora só passarão aquelas que considerarmos de interesse para o Estado. Caso contrário, não passa", comentou ao BJá.
A decisão da bancada do PR e dos dois deputados do PRTB de se afastarem da base do governo pegou o líder do governo, Waldenor Pereira, de surpresa. Já o líder da oposição, Gildásio Penedo, foi informado por volta das 14h do que aconteceria e até anunciou à imprensa, antecipadamente.
MAIS DIÁLOGO
O deputado Elmar Nascimento afirmou que a partir desta terça-feira, a base do governo precisa ter diálogo com a oposição, o que não vinha acontecendo sequer com seus aliados. Ademais, destacou que integra uma oposição diferente da exercida pelos deputados do PT, pois, "estamos dispostos a dialogar".
- A partir de hoje, o líder do governo não vai mais marcar pauta de votação nesta Casa, ao seu modo, de forma como quer e sem diálogo. Terá que sentar conosco e discutir uma pauta de votação propositiva. Tudo o que for bom para a Bahia passará; e projetos que não forem bons para o Estado não terão nossa boa vontade", frisou.
Para Elmar, o momento agora é do diálogo e de ser tratado com respeito. "Não haverá cooptação de bloco ou parlamentar. Basta apenas que o governo veja com boa vontade, que as emendas parlamentares sejam acatadas, sejam de deputados do governo e da oposição e assim procedendo terá nossa apoio".
Com essa movimentação política, segundo Elmar, ganha o poder legislativo, que será valorizado, e terá um canal aberto e permanente de negociação. "Já temos algumas bandeiras em pauta e uma delas é a aprovação do PCS dos servidores do Judiciário. A questão dos matadouros que está levando nosso povo do interior à falência. Não estamos aqui para atrapalhar o governo porque queremos o bem da Bahia e dos baianos. Estamos diante de uma nova forma de fazer política. Momento é de díálogo. Não da intrasigência e da ameaça", concluiu.