Três temas - segurança, turismo e PDDU - foram abordados em forma de perguntas, formuladas pelos associados da Câmara, durante o encontro. Os candidatos tiveram cinco minutos para discorrer sobre cada assunto. O mesmo tempo foi concedido para considerações finais.
Questionado sobre como pretende enfrentar a violência em Salvador, o prefeito João Henrique, que disputa a reeleição pela coligação Força do Brasil em Salvador , disse que a segurança não pode ser compreendida apenas sob o ponto de vista da repressão, e sim, da inclusão social. Com essa leitura é que a atual administração, conforme explicou o candidato, tem investido em ações sociais e em outras capazes de criar emprego e renda.
"Nesses três anos e meio, Salvador ficou com a menor taxa de desemprego dos últimos 12 anos, conforme dados do IBGE, e retomou o posto de maior PIB do estado, deixando Camaçari para trás. Além disso, a cidade é hoje a quinta em poder aquisitivo", salientou João Henrique
JOÃO HENRIQUE
João Henrique lamentou que Salvador tenha perdido, ao longo dos últimos anos, a posição privilegiada que ocupava no ranking das cidades turísticas mais visitadas, razão que levou a atual gestão a se esforçar para recuperar o destaque da capital baiana na captação de turistas. Ele entende que é preciso levantar a auto-estima da cidade, respaldada na sua história, na sua cultura e nos seus valores turísticos.
Os investimentos municipais na recuperação de equipamentos históricos e culturais, como o Forte São Marcelo, o Plano Inclinado do Pilar e a Praça Municipal, são algumas das contribuições apontadas pelo prefeito para resgatar os patrimônios públicos de Salvador, cartões postais da cidade, recuperando sua importância no cenário turístico.
Com isso, a prefeitura está fazendo com que Salvador recupere o seu prestígio junto à investidores internacionais que escolheram a cidade como palco dos seus eventos.
Plano Diretor
Apesar das críticas dos adversários, o prefeito defendeu a aprovação do PDDU como um avanço para o planejamento estratégico de Salvador, cidade que cresceu de forma desordenada. Para ele, o Plano vai permitir que Salvador se organize para o futuro, tornando a cidade atraente do ponto de vista econômico e abrindo mais oportunidades de emprego e renda para a população a partir dos investimentos em equipamentos de serviços e lazer. "O Plano Diretor vai colocar Salvador em grau de competitividade", prevê.
Conforme João Henrique, portugueses e espanhóis estão ávidos em investir na cidade. No seu entendimento, "Salvador está na trilha certa, com planejamento, não ao sabor do bom ou mau humor do governante".
PINHEIRO
O grande desafio de uma nova gestão de Salvador é realizar um programa de desenvolvimento humano da cidade. Esta foi a principal tese apresentada pelo candidato a prefeito Walter Pinheiro, da coligação "Salvador - Bahia - Brasil" (PT, PSB, PC do B, PV), durante o Encontro dos Candidatos a Prefeito de Salvador, promovido pela Câmara Portuguêsa de Comércio no Brasil - Bahia, realizado hoje (dia 4) à noite, no Hotel Pestana
O petista explicou para uma platéia de empresários que o desenvolvimento econômico deve ser perseguido por meio de duas frentes principais: preparar melhor a máquina da administração municipal para elevar a qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos; e investir na geração de trabalho e renda, sobretudo investindo na formação da juventude e na criação de mais oportunidade para as mulheres, que são a maioria da população soteropolitana.
"Salvador é uma cidade-mãe, que se tornou, por falta de gestão qualificada, uma cidade perversa com os seus filhos", afirmou o candidato, referindo-se ao "Cidade-Mãe", um dos principais projetos da gestão da prefeita Lídice da Mata, hoje candidata a vice-prefeita na chapa do petista.
Capacidade gerencial e de articulação é um dos requisitos apresentados por Pinheiro como fundamentais para a eleição do próximo prefeito da cidade. Ele explicou que pretende gerir a prefeitura dialogando com todos os segmentos sociais, os excluídos, os empresários e os trabalhadores visando a construção de um novo modelo de desenvolvimento. "Salvador tem que negociar a captação de recursos estaduais e federais porque é a terceira maior cidade do país e exige respeito e recursos", afirmou.
A proposta do Big Brother Bairro do candidato do Democratas à prefeitura de Salvador, ACM Neto, dominou o debate realizado hoje (dia 4) pela Câmara Portuguesa de Negócios Bahia-Brasil. O candidato do PSDB, Antonio Imbassahy, voltou a criticar a proposta, afirmando que ela não é viável e que não funcionou em outras cidades, repetindo o discurso feito no debate da Band. ACM Neto respondeu afirmando que "existem políticos que têm resistência a idéias novas porque estão com a cabeça presa no passado".
ACM Neto e Imbassahy travaram um debate a parte sobre o Big Brother, mesmo quando o tema não era segurança pública. O tucano disse que em Londres, na Inglaterra, onde sistema parecido de vídeo monitoramento foi implantado, metade das câmeras não funcionam. "Elas não funcionam porque a violência foi reduzida", rebateu o candidato do Democratas.
"Tenho várias outras propostas para a segurança pública e o candidato Imbassahy quer limitar todas elas ao Big Brother", afirmou ACM Neto, que disse que irá, se eleito, criar a Secretaria de Prevenção à Violência, uma moderna central tecnológica para dar suporte ao sistema de vídeo monitoramento com câmeras móveis e fazer o mapeamento das causas sociais e econômicas da violência, para que a prefeitura possa atuar com políticas públicas de inclusão. Esse mapeamento será feito pelo Observatório de Prevenção à Violência.
ACM Neto também rebateu o candidato Walter Pinheiro ao defender que os guardas municipais, que no governo do democrata passarão a se chamar agentes comunitários de segurança, atuem armados. Pinheiro acredita que a guarda não deve atuar no combate à violência. O democrata também anunciou que trará a Salvador, na próxima quarta-feira, Hugo Acero, consultor da ONU e especialista em segurança pública. Acero foi o homem que reduziu a criminalidade em Bogotá, na Colômbia.
Turismo e desenvolvimento
Falando para uma platéia formada essencialmente por empresários de origem portuguesa, ACM Neto afirmou que, sem segurança, fica mais complicado para a prefeitura atrair investimentos para Salvador. Por isso, numa eventual gestão do democrata, a prefeitura não será omissa no combate ao crime e à violência. ACM Neto afirmou ainda que, para atrair investimentos, vai requalificar e reordenar a Orla da cidade, sem esquecer a preservação do meio ambiente, e o Centro antigo da capital baiana.
"Salvador não pode ter como único produto o Carnaval. Hoje, o Pelourinho, por exemplo, está completamente abandonado. Não há intervenção do governo nem da prefeitura", disse ACM Neto, que, se eleito, pretende colocar a Emtursa, a empresa de turismo de Salvador, para trabalhar não apenas na organização da folia momesca, mas também para gerar outros produtos e projetos atraentes para a iniciativa privada.
O democrata disse ainda que pretende aproveitar todo o potencial de geração de crescimento econômico, emprego e renda da Copa de 2014 para, em parceria com a iniciativa privada, atrair investimentos para a Salvador antiga, trazendo hotéis, bares e centros culturais para localidades como o Comércio e a Cidade Baixa. ACM Neto quer aproveitar também o centenário de Jorge Amado, em 2012, para buscar investimentos e atrair turistas, através de ações de planejamento da cidade. Até na China ACM Neto disse que irá para atrair recursos para a capital baiana.
ACM Neto também disse que, se eleito, fará uma revisão do PDDU, que hoje só contempla a Orla e a Paralela. "Hoje, a Paralela é o único vetor de crescimento da cidade porque não há planejamento por parte da prefeitura. O PDDU será adequado ao nosso programa de governo, que visa projetar o crescimento da cidade para o futuro, sem atender às necessidades emergenciais do presente", destacou.