O movimento de jovens do PPS divulgou uma carta aberta nesta segunda-feira, 10, afirmando que "neste final do terceiro ano de Governo João Henrique, constatamos dificuldades a serem enfrentadas por esta administração: tanto internamente, na relação com os partidos que o elegeram e o ajudam a governar, quanto externamente, com a sociedade em geral.
 
  O que aconteceu? Quais as razões que levaram a administração a essa situação? O que é necessário fazer para que essas questões sejam superadas em beneficio da administração de João Henrique nessa sua etapa final, mas principalmente, da cidade e sua população, principalmente aquela excluída do acesso aos seus direitos mais fundamentais: trabalho, habitação, educação, saúde, saneamento e segurança? Como está a prometida Participação Popular? Quais são os resultados concretos até agora e as expectativas até o final desta administração?

  Na opinião da JPS, o equivoco principal dessa administração é a não incorporação da discussão política nas questões estratégicas de Governo - os partidos políticos não são ouvidos, quando muito de maneira fragmentada e setorial, em função dos espaços que ocupam no governo.

Enfim, de interesses específicos, perdendo-se a visão de totalidade, trazendo resultados negativos a toda administração. Em relação ao PPS, embora tenha sido prometido em campanha, mais uma vez, a exemplo dos Governos Waldir Pires e Lídice da Mata, não conseguimos efetivar um espaço político-institucional para a discussão das questões estratégicas em relação ao desenvolvimento da cidade e da administração municipal, para o exercício da política democrática, compartilhada, em um Governo que conta com o apoio de tantos partidos políticos e tem no seu fundamento o ideário da participação popular.

Hoje vemos uma cidade democratizada de lixo, buracos e maus tratos, presenciamos até mesmo um homicídio dentro da Administração Municipal, crime esse que tentam levar ao esquecimento. Promessas não cumpridas, metrô inacabado, guarda municipal ainda é um sonho da população de Salvador, que ainda sofre com o grande índice de criminalidade e marginalidade em nossas ruas. Reconhecemos que o nosso partido está rachado em Salvador.

De um lado aqueles que aderiram ao Prefeito em troca de benefícios pessoais em detrimento do compromisso com o Partido, chegando até a envolver o nome do Partido em negociatas e práticas condenáveis pelo bom senso. Infelizmente tratam-se companheiros que perderam o rumo ideológico partidário em favor de um comportamento egoísta personalista e até mesmo dissimulado. Admitiríamos até que o partido possa participar de governos onde tem discordâncias mas não violentar seus princípios.

O que está acontecendo no PPS de Salvador é um descalabro. No mês passado, por exemplo, verificamos a venda do horário político do PPS ao prefeito, que o utilizou conforme a sua vontade Somando a isso, existe uma tentativa constante por parte da atual direção Municipal de direcionar o apoio do PPS mais uma vez à atual gestão, descumprindo de forma irresponsável uma orientação da Executiva Nacional do Partido que é o lançamento da candidatura própria.
 
Vale ressaltar que o PPS tem os nomes da Professora Dora (suplente de Dep. Federal), além do Presidente Estadual, George Gurgel, como principais postulantes ao Palácio Thomé de Souza. Neste sentido, esse direcionamento seria nefasto ao crescimento do nosso partido. Ele é produzido por esse grupo que arbitrariamente quer impor o apoio do PPS a reeleição desse Governo que se mostrou fracassado.

Em troca, o prefeito mantém a diretoria técnica da Prodasal através do senhor Francisco Rebelo atual Secretario Geral do Partido e até seu presidente abrigado na Secretaria Municipal de Habitação- Antonio Caros Mota, companheiros que infelizmente aderiram a projetos pessoais e estão sujando o a historia do nosso partido, compartilhando de uma forma rasteira de atuação política.

Uma questão que se impõe é: além de pequeno, o PPS assumirá de vez a posição de um partido frágil ideologicamente? A JPS continua sendo defensora intransigente da coerência partidária e por essa razão, convoca a militância para a Assembléia geral que deliberará sobre o nosso congresso a ser realizado nas próximas semanas e declara o apoio incondicional ao nome do companheiro Cláudio Fidel para a Presidência do Diretório Municipal de Salvador.

Acreditamos que a função de presidir o PPS em Salvador pelo Companheiro Fidel, é muito mais do que representar institucionalmente a legenda, pois é também reconhecer nele a coerência e capacidade que desejamos para elevar o PPS à Condição de um partido que possa influenciar positivamente os rumos de Salvador.
 
Tiago Martins Presidente da Juventude Popular Socialista da Bahia-JPS e membro da Executiva Estadual.