O ex-governador Paulo Souto, presidente do Democratas na Bahia, disse agora a pouco em entrevista na Rádio Nova Salvador FM, que as críticas que governistas vêem fazendo sobre a situação financeira do Estado são improcedentes na medida em que, durante a fase de transição, a equipe do atual governo assinou o Relatório de Gestão Fiscal, sem restrições.

  Destacou que deixou R$800 milhões disponíveis sendo R$400 milhões de restos a pagar e R$400 milhões adicionais em convênios. "Poucos estados da Federação passaram suas gestões em situação tão confortável" - confidenciou. Acrescentou, ainda, que, passou o governo com os servidores estaduais recebendo o 13º salário e o mês de dezembro/2006.

   Para Paulo Souto, a relação receita/despesa foi entregue ao seu sucessor dentro da normalidade. Quando a PPP da Embasa sobre o novo emissário submarino diz que cabe ao atual governo manter ou não, "até porque não se utilizou um real dos cofres públicos".

   Adiante, disse que os adeptos do atual governo esqueceram todos os ganhos do Estado da Bahia no período de sua administração, os quais, "foram relevantes em todas as áreas - saúde, educação, saneamento, etc - e que é preciso que o atual governo comece a trabalhar - isso, sim". 

   Souto lembrou, também, que seu governo instalou uma lei de licitação que é um exemplo para o Brasil com a fixação da nota fiscal eletrônica.
 
   CESTA DO POVO
  
   Sobre a Cesta do Povo considerou que se trata de um programa deficitário, social, e que se o atual governo decidiu fechar suas portas e depois reabri-las é porque tem validade. Ademais, entende que os prejuizos apresentados devem ser contabilizados como ao longo de anos e mais os prováveis débitos trabalhistas que ainda estão sendo negociados. 

    Esclareceu que, realmente, a Cesta do Povo patrocinou artistas no Carnaval e disse que se trata de uma prática normal, orçamentária, "vem do caixa único do governo", e que, o atual governo, gastou até mais, em 2007, só que com outra rubrica, da Bahiatursa. "O importante é que o dinheiro é o mesmo, do tesouro, e essa é uma prática de decênios" - frisou.

   Sobre os contratos com a OAF disse que sabia que existia os de manutenção, mas, os de construção desconhecia e que a CPI da Ebal está apurando tudo, daí que confia plenamente na atuação dos seus gestores.

   PROFESSORES

   Souto não quis comentar sobre Operação Navalha e assuntos pertinentes a política de pessoal do atual governo, nem sobre a greve dos professores, mas, conceitualmente, disse que se a maioria dos professores receber os 4.4% do reajuste aprovado pela AL, vai haver um achatamento salarial para a categoria, nos níveis 3 e 4. Destacou, ainda, que em seu governo os professores tiveram reajustes 25 a 30% acima da inflação.

   DEMOCRATCAS

   Em relação a presidência do Democratas na Bahia destacou que o partido está em paz, firme, consciente do seu papel no Estado e que se manterá na oposição ao governo do Estado e ao governo Federal, mas, não "aquela oposição desenfreada que o PT fazia ao seu governo de não votar em projetos de interesse da Bahia".

   Destacou, por fim, que o Democratas vai abrir espaço para novas gerações, para as
novas demandas da sociedade, e que participará das sucessões muncipais com candidatos próprios inclusive em Salvador.