Em madrugada tensa e após muitas discussões e até a convocação de tropa da PM para proteger os deputados governistas na saída de Assembléia Legislativa, a base do governo, com 32 votos, aprovou às 3h30min desta madrugada de sexta-feira,25, o reajuste para os servidores do Estado, com base no acordado pela Mesa Permanente de Negociação, entre 4.4% e 17.28% e equiparação ao salário mínimo em novembro deste ano.

   Grupos de professores ficaram até o final da sessão e vairam os deputados e, durante toda a noite cantaram o refrão "você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão", numa referência explícita ao governador Jaques Wagner.

   Os professores sairam da AL às 4 da madrugada e disseram que mantém a greve por tempo indeterminado.

   TUMULTO

   Os deputados mais atingidos pelas vaias dos professores foram Waldenor Pereira (PT), líder do governo que derrubou a sessão quatro vezes e impediu até colegas (caso de Paulo Rangel - PT - de falar na tribuna - e a oposição, sem número suficiente para obstruir a votação (contava com 18 a 19 parlamentares no plenário) foi vencida às 3h30min, quando aprovou-se o projeto do executivo.

    Votação apertada, por sinal, uma vez que os governistas têm entre 38 e 40 votos na AL.

   IMAGEM DA AL

   Segundo o deputado Tarcísio Pimenta (DEM) foi um espetáculo vergonhoso para a imagem da AL a presença de tropas da Polícia Militar para proteger deputados. Ademais, manchou-se o comportamento da Casa na medida em que a sessão foi marcada para às 20 horas numa tentativa de esvaziar a manifestação dos professores.

   - Tudo o que eles faziam, no passado, desta feita se comportaram exatamente ao contrário do que pregavam - frisou Tarcísio.

    Para o deputado Waldenor Pereira (PT) a votação foi legítima e todas as nuances durante o processo de apreciação da matéria e votação fazem parte do jogo democrático.

   A deputado Maria Luiza (sem partido) retirou-se da AL depois de sentir que o clima é o de mínima civilidade possível.

   O deputado Zilton Rocha (PT), professor e antigo defensor da categoria, foi o mais "agredido" muitos professores declarando que ele vai pagar na próxima eleição.

    O presidente do sindicato dos professores, Rui Oliveira, se manteve à frente da categoria até o final.