Matéria publicada na Folha de São Paulo nesta quarta-feira, 22, assinada pelos repórteres Andreza Matais e Leonardo Souza, dá conta que a Polícia Federal aprendeu R$1 milhão "com duas pessoas ligadas ao esquema", sendo que, na casa do prefeito de Camaçari foram encontrados R$142 mil em dinheiro vivo, além de cerca de US$3 mil; e na casa de José Ribamar Hortegal, no Maranhão R$730 mil.

   Segundo a PF o dinheiro foi apreendido na casa de Caetano na última quinta-feira, 17, e o "prefeito teria recebido propina em troca de beneficiar a empresa Gautama. Nos próximos dias, a PF encaminhará um documento a Procuradoria Geral da República (PGR) com informações contextualizadas sobre cada caso.

   Ainda segundo a PF, documentos apreendidos na sede da Gautma, deixaram os policiais surpresos com a organização da quadrilha. "Segundo dados de um agente - diz a Folha - os dados estão tão organizados que a PF não encontrou trabalho para organizá-los".

   AÇÃO CONTRA 
   UNIÃO

    Mesmo diante de gravações e dinheiro vivo encontrado na casa do prefeito acima de quantia normal, o advogado Augusto de Paula, coordenador da Comissão Especial de Resgate e Preservação da Probidade Administrativa da Prefeitura de Camaçari chama a atenção para o trecho final da medida cautelar, onde o ministro do STF ressalta que "salvo melhor juízo quanto ao mérito, Luiz Carlos Caetano teve contra si ato judicial que não indicou fatos concretos que, ao menos em tese, associam-se ao investigado e que justificariam a prisão preventiva".

   Segundo De Paula, Caetano, pretende preparar uma ação de perdas e danos contra a União. O prefeito de Camaçari, de acordo com o advogado, fica em Brasília até sexta-feira, organizando sua defesa do caso da Operação Navalha e o processo que pretende mover. 

   COMENTÁRIO
   DO BAHIA JÁ

   No meio jurídico quetiona-se a quem cabe fazer a defesa do prefeito Luís Caetano, se essa intitulada coordenação de Resgate da Probidade Administrativa da Prefeitura, ou se advogados particulares, uma vez que o ente aí é a pessoa física envolvida com possíveis atos de corrupção.

   Camaçari, ademais, como diria o saudoso Jânio Quadros, está precisando de uma vassourada geral.

   A presidente da Câmara é a esposa do prefeito, a vice é a esposa do secretário de Obras, a líder da oposição é esposa de ex-prefeito, o site da Prefeitura toma partido do prefeito, as manifestações de apoio ao prefeito mesmo antes de terminar o julgamento (está apenas na fase inicial de investigação) são visíveis e apaixonadas.

   Ou seja, o município de Camaçari perdeu completamente o bom senso.